Aspectos Ultraestruturais, Histoquímicos e Proteicos do intestino médio de Lutzomyia (Nyssomyia) umbratilis Ward e Fraiha, 1977.
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Entomologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12365 http://lattes.cnpq.br/2033999971851983 |
Resumo: | A espécie Lutzomyia (Nyssomyia) umbratilis é o principal vetor da Leishmania (Viannia) guyanensis na região amazônica. A infecção ocorre no momento da alimentação sanguínea da fêmea de flebotomíneo. Os protozoários então ficam confinados ao trato digestivo do inseto. Durante várias etapas do seu desenvolvimento, os flagelados ficam ligados à parede do intestino médio abdominal pelo flagelo. No entanto, o parasito precisa escapar de um número de obstáculos no intestino do flebotomíneo, antes da digestão completa do sangue. A matriz peritrófica (MP) secretada por inseto hematófago pode atuar como uma das barreiras. Neste contexto, a imagiologia de diferentes regiões do intestino médio e da MP, a determinação da composição proteica destas estruturas precisa ser cuidadosamente investigada. Fêmeas de L. umbratilis foram coletadas em uma área de treinamento militar (CIGS, Manaus-Itacoatiara, AM, BR) e alimentadas experimentalmente em ratos. O intestino médio e a MP foram analisados. O tempo da formação da MP após a ingestão de sangue e sua degradação foi determinado. Detalhes morfológicos importantes da MP e do intestino médio abdominal foram estudados por meio de microscopia eletrônica de transmissão (MET) e de varredura (MEV), a sua composição química foi analisada por histoquímica e eletroforese em gel bidimensional aliada a espectrometria de massas ESI-QTof. Nas dissecções a fresco foi observado que a MP se forma completamente em 24 h, possui um aspecto gelatinoso e se degrada em 72 h. Uma segunda MP é secretada após um novo repasto sanguíneo. A MP apresentou uma estrutura de rede fibrilar bem formada e foi observada por MET após 24 h, assim como a sua degradação contínua em 72 h. A face ecto-peritrófica do intestino médio foi observada e considerada uma massa espessa com várias bandas transversais, esta pode, evidentemente, ser atribuída aos músculos da região abdominal. Nesta face, a MP demonstrou a presença de grumos. As análises Histoquímicas revelou que o componente principal da MP é proteína, seguido por glicoproteínas (com diferentes glicanos carboxilados e sulfatados) e glicoconjugados neutros. Das proteínas isoladas do intestino médio e da MP de L. umbratilis, em um intervalo de 24 h a 72 h de digestão sanguínea, foram expressas 81 das quais 60 não se correlacionaram com as proteínas já depositadas em bancos de dados conhecidos (NCBI, UniProtKB , FlyBast) levando-se em consideração que o genoma do gênero Lutzomyia não foi sequenciado até à data deste estudo. Do total expresso, 21 proteínas foram identificadas e distribuídas nos grupos das glicoproteínas (5), proteoglicanos (3), nucleuproteínas (7), cromoproteínas (1), das quais, cinco, com função desconhecida. Algumas destas proteínas estão correlacionadas com a formação, resistência, adesão, estrutura, manutenção e degradação da MP. Pela primeira vez, a estrutura da MP é descrita em detalhes para a espécie L. umbratilis usando uma combinação de microscopia eletrônica (MET e MEV) e por análise histoquímica. Eventuais funções dos componentes estruturais da MP e sua importância para o desenvolvimento de parasitos Leishmania foram discutidas. |