Variação na abundância da araneofauna na serapilheira do chão e de bases de palmeiras attalea attaleoides (barb.rodr.)Entre o dia e a noite: o papel de palmeiras como refúgio em uma floresta da Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Silva, Aline Cássia Kramer da
Orientador(a): Gasnier, Thierry R. J.
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Entomologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12394
http://lattes.cnpq.br/9690091288879198
Resumo: A heterogeneidade dentro do habitat é um fator importante sobre a fauna de artrópodes de solo em florestas tropicais, entretanto, os estudos desta fauna não costumam levar em conta a importância de estruturas que contribuem para esta heterogeneidade. Palmeiras de caule subterrâneo da espécie Attalea attaleoides, devido à disposição de suas folhas, acumulam folhas que caem das copas em suas bases tornando-se um importante refúgio para artrópodes. Comparamos a abundância e composição da araneofauna em 3 microhabitats: Serapilheira da Base das palmeiras, Húmus da Base e Serapilheira Aberta (aquela no chão adjacente às palmeiras) em coletas diurnas e noturnas para avaliar a importância das bases de palmeiras para as famílias de aranhas mais abundantes. O estudo foi realizado na Fazenda de Experimentos da Universidade Federal do Amazonas, na Amazônia Central, entre junho e dezembro (estação seca) de 2004. Foi coletado material (serapilheira e húmus) de 80 pontos de coleta, cada qual formado pela base de uma palmeira e de 1 m2 de serapilheira adjacente a ela. As aranhas foram retiradas manualmente deste material pouco após a coleta. Encontramos 1) uma forte semelhança entre a comunidade de aranhas da Infra-ordem Araneomorphae na nossa área de estudo com as comunidades estudadas em outros trabalhos de aranhas da serapilheira de florestas neotropicais. O mesmo não aconteceu com a Infra-ordem Mygalomorphae, possivelmente por utilizarem tocas subterrâneas, e os estudos tiveram diferenças na profundidade do solo de onde as aranhas foram coletadas; 2) A composição da fauna de cada microhabitat foi semelhante, mas as famílias predominantes nas bases de palmeiras foram diferentes da Serapilheira Aberta; 3) Houve relação significativa entre a abundância de aranhas e o volume de substrato na Serapilheira da Base de palmeiras, mas o mesmo não ocorreu para a Serapilheira Aberta, onde apenas foi encontrada esta relação para a Infra-ordem Mygalomorphae; 4) Poucas famílias apresentaram abundâncias que variaram com o tipo de solo; 5) Houve uma maior captura de aranhas durante o dia (1243) do que durante a noite (879), entretanto, houve famílias que foram mais capturadas à noite e as taxas de captura variaram em função do microhabitat. Nossos resultados indicam que 1) A composição de famílias da Infra-ordem Araneomorphae representativa da região pode ser obtida em uma área pequena (como nossa área de estudo); seriam interessantes estudos comparativos em outras áreas dentro e fora da Amazônia para compreendermos melhor a biogeografia desta Infra-ordem. 2) O acúmulo de serapilheira afeta a comunidade de aranhas; várias famílias foram mais abundantes nestas bases do que na Serapilheira Aberta, entretanto, a composição de famílias foi muito similar. Provavelmente, esta abundância é maior devido à maior disponibilidade de refúgios e de presas (principalmente decompositores). Entretanto, a ausência de relação entre abundância de aranhas da Infra-Ordem Araneomorphae e volume de serapilheira no microhabitat Serapilheira Aberta indica que o mesmo não ocorre ai com este grupo. 3) As famílias de aranhas mais abundantes que constroem teia tiveram maior densidade na Serapilheira Aberta e Serapilheira da Base, pela maior quantidade de estruturas apropriadas para de fixação de teias que no Húmus da Base. 4) Houve indícios fracos e apenas para duas famílias (Salticidae e Ctenidae) que a base de palmeiras poderia ser um local de refúgio durante parte do dia enquanto a Serapilheira Aberta ou a vegetação seria um local de forrageio durante o restante do dia. Aparentemente, as aranhas da maioria das famílias não faz este deslocamento diário, elas não tem um local diferente para se alimentar e para procurar refúgio. 5) Entretanto, a variação entre dia e noite na abundância de aranhas de algumas famílias (Mygalomorphae, Oonopidae e Symphytognathidae), indica que elas estão ativas na serapilheira de dia e movem-se para dentro do solo à noite. 6) A maior abundância de aranhas nas bases de palmeiras mostra como esses elementos são importantes dentro do habitat para a comunidade de aranhas da serapilheira. Entretanto, sua importância deve variar em função da família de aranha. .