Aspectos dendroecológicos e dendroclimatológicos de Calophyllum brasiliense Cambess. (Calophyllaceae) ocorrendo em diferentes tipologias de áreas úmidas no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Rosa, Sejana Artiaga
Orientador(a): Schöngart, Jochen
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Clima e Ambiente - CLIAMB
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12963
http://lattes.cnpq.br/0304967614684220
Resumo: O Brasil, um país de dimensões continentais, possui cerca de 20% de seu território ocupado por sistemas de áreas úmidas, distribuídas ao longo de todos os biomas. São de grande importância, pois funcionam como abrigo e fonte de alimentos para uma infinidade de organismos, influindo no balanço do ciclo hidrológico e na estabilização do clima global. Contudo, alterações em qualquer dos componentes do ciclo hidrológico podem afetar estes ecossistemas fortemente, pois o fator controlador de seus processos biológicos é o regime hidrológico. São regiões que vêm sofrendo grandes pressões relacionadas ao desenvolvimento econômico e urbanização, envolvendo construções de hidrelétricas, mineração e expansão da fronteira agrícola. Previsões de mudanças do clima preveem alterações da sazonalidade e quantidade da precipitação e aumentos de temperatura, os quais podem afetar seriamente estes sistemas. Entretanto, elaboração de estratégias de conservação e manejo de áreas úmidas demanda maior entendimento dos processos hidrológicos e ecológicos, bem como dos impactos das mudanças do clima a que estas áreas estão sujeitas. Neste sentido, este trabalho tem por objetivo contribuir com o entendimento da dinâmica de crescimento arbóreo de uma espécie de distribuição neotropical associada aos ambientes de áreas úmidas, encontrada em todas as bacias hidrográficas brasileiras. A partir da análise de anéis de crescimento arbóreo de Calophyllum brasiliense Cambess. (Calophyllaceae) foi possível modelar o crescimento da espécie em áreas úmidas distribuídas ao longo dos biomas Amazônico, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica, estabelecer estratégias de ciclo de corte, diâmetro de derrubada e discutir as atuais práticas de manejo florestal desta espécie segundo o sistema GOL desenvolvido por Schöngart, (2008). Além disso, este estudo avaliou como fenômenos climáticos de larga escala, como eventos de El Niño - Oscilação Sul (ENOS) e o modo meridional de anomalias do Atlântico Tropical, e variáveis climáticas locais como a precipitação, temperatura e hidrologia afetam o crescimento arbóreo de C. brasiliense ocorrendo em extremos geográficos. As análises de anéis anuais mostram que a espécie apresenta uma ampla variação nas taxas de incremento arbóreo, o que deve ser considerado no estabelecimento de estratégias de manejo. Idades máximas estimadas chegam a quase 500 anos, porém a espécie não é adequada para a reconstrução de parâmetros climáticos e hidrológicos, pois a maioria dos indivíduos não é longeva. Anomalias de temperatura da superfície do mar, tanto no Pacífico Equatorial quanto no Atlântico Tropical, têm diferentes impactos no crescimento de C. brasiliense dependendo da posição geográfica em que a espécie se encontra.