Decomposição foliar em riachos Amazônicos: ênfase na comunidade de invertebrados aquáticos e na biomassa de fungos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Boldrini, Bianca Maíra de Paiva Ottoni
Orientador(a): Hamada, Neusa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Entomologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12358
http://lattes.cnpq.br/0413554271077907
Resumo: A decomposição foliar em sistemas aquáticos é um processo que envolve tanto os aspectos físicos e químicos do ambiente quanto às relações ecológicas entre as comunidades aquáticas. Em pequenos riachos sombreados, esse processo torna-se o elo entre diferentes compartimentos ecológicos, fornecendo a energia e a matéria inorgânica para as espécies que habitam esses sistemas aquáticos. Dessa forma, esse processo ecológico é fundamental para a manutenção desses ecossistemas e, consequentemente, para a sobrevivência de suas espécies. Esse estudo teve como objetivo avaliar o processo de decomposição foliar em riachos amazônicos, dando ênfase à comunidade de invertebrados aquáticos e à biomassa fúngica. O primeiro capítulo aborda os padrões de biomassa de fungos e colonização dos invertebrados aquáticos ao longo do processo de decomposição foliar em oito riachos amazônicos. As espécies vegetais Pourouma minor e Protium sp. foram utilizadas no experimento de decomposição por apresentarem diferenças em suas características físicas e químicas. Os resultados demonstraram que o processo de decomposição é influenciado pela espécie vegetal, pelo riacho em que se desenvolve, pelo tempo e pela interação entre tempo e espécie vegetal. No entanto, a influência desses fatores será diferente em cada compartimento ecológico. Por exemplo, a percentagem de massa remanescente é influenciada pela espécie vegetal, porém isso não foi observado para a biomassa de fungos, densidade e composição de invertebrados aquáticos. Os resultados também permitiram observar que tempo de decomposição e o riacho influenciam o processo de decomposição (taxas de decomposição, invertebrados e fungos aquáticos). O segundo capítulo avaliou a influência da densidade de invertebrados aquáticos em relação a velocidade de decomposição foliar em riachos amazônicos. Durante três meses (novembro 2012 a janeiro de 2013) a decomposição foliar de 30 espécies vegetais foi acompanhada visando obter os coeficientes de decomposição foliar e a densidade de invertebrados aquáticos associados ao processo. O experimento foi realizado em três riachos de pequena ordem da Reserva Florestal Ducke (Manaus/AM) e as espécies vegetais utilizadas são encontradas na zona ripária desses riachos. Os dados permitem concluir que há uma forte influência da densidade de invertebrados aquáticos sobre as taxas de decomposição foliar, independente do grupo trófico de alimentação desses invertebrados. Esses resultados não corroboram com os anteriores que discutem a pouca influência dos invertebrados no processo de decomposição foliar em regiões tropicais. Nesse capítulo, visando colaborar com estudos futuros de decomposição foliar, foi proposta uma classificação de velocidades de decomposição foliar com base nos valores obtidos para as espécies vegetais estudadas. O último capítulo da tese teve como objetivo analisar as diferenças no processo de decomposição de folhas verdes e senescentes em riachos amazônicos. Para alcançarmos esse objetivo, foi realizado um experimento de decomposição foliar com 14 espécies vegetais, onde 18 pacotes de folhas verdes e 18 de folhas senescentes de cada espécie vegetal foram submersos em três riachos de pequena ordem localizados na Reserva Florestal Ducke (Manaus/AM). O experimento foi realizado entre novembro de 2012 e janeiro de 2013, sendo 6 pacotes de folhas verdes e 6 de senescentes retirados após 15, 30 e 60 dias de incubação. Os resultados demonstraram que a velocidade de decomposição foliar é mais rápida em pacotes de folhas verdes quando comparado com folhas senescentes. No entanto, somente a biomassa de fungos aquáticos e a densidade de invertebrados aquáticos foram influenciadas pelo estado foliar.