Avaliação dos efeitos de impactos antrópicos em ambientes aquáticos de Manaus (Amazonas, Brasil) através da comunidade de invertebrados e da decomposição foliar.
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Entomologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12303 http://lattes.cnpq.br/0294969175268943 |
Resumo: | O objetivo geral desta tese foi avaliar os efeitos de diferentes impactos antrópicos (desmatamento, entrada de efluentes orgânicos, aumento da temperatura e dióxido de carbono [CO2] atmosférico) sobre os invertebrados e o processo de decomposição foliar em ambientes aquáticos de Manaus – Amazonas. No capítulo 1, foi realizado um estudo em 2010 para reavaliar as condições ambientais e a comunidade de riachos de 40 riachos urbanos, estudados em 2003. A riqueza e a riqueza rarefeita foram negativamente influenciadas pela entrada de esgoto doméstico e desmatamento. A variabilidade da comunidade de invertebrados, entre os anos foi elevada e não diferiu entre os riachos referência e impactado. Elevadas variações na comunidade de invertebrados podem acarretar em avaliações incorretas sobre a qualidade dos ambientes aquáticos. No Capítulo 2, foram avaliados os efeitos diretos e indiretos dos fatores ambientais e biológicos sobre a decomposição de folhas de Coussapoa trinervia (Cecropiaceae) e Mabea speciosa (Euphorbiaceae), em 42 riachos de Manaus. A biomassa de fungos (ergosterol) teve efeito direto e positivo sobre a taxa de decomposição das duas espécies vegetais. Em M. speciosa, a biomassa de fragmentadores foi o principal fator para a decomposição. A urbanização teve efeito indireto e negativo sobre a decomposição. O presente estudo forneceu evidências de que a urbanização pode diminuir as taxas de decomposição de folhas em riachos, principalmente através de efeitos negativos sobre a biomassa fúngica e dos fragmentadores. No Capítulo 3, a relação entre a massa seca e as dimensões do corpo e do abrigo de Phylloicus elektoros foi avaliada utilizando regressões linear, exponencial e de potência. Também foi avaliada a confiabilidade das previsões geradas a partir dos modelos obtidos no presente estudo por validação cruzada e o poder de predição do modelo desenvolvido para uma população de Phylloicus sp. do sudeste do Brasil. Foram obtidas medidas da largura da cápsula cefálica, distância interocular, comprimento do corpo e do pronoto de 152 larvas e medidas da largura e comprimento de 45 abrigos. Para todas as classes de modelos, a largura do abrigo apresentou o melhor ajuste com a biomassa. O comprimento do corpo foi a medida corporal que forneceu as melhores predições de biomassa. O modelo de potência apresentou o melhor ajuste entre as medidas corporais e do abrigo com a biomassa. Foi observado elevado ajuste entre as medidas corporais e do abrigo com a biomassa, no entanto, o poder de predição dos modelos foi baixo (~40%). Os valores de biomassa preditos usando o modelo proposto na literatura foram ~75% menores que os valores observados. O uso de modelos propostos na literatura para predizer a biomassa de organismos de diferentes regiões não é recomendado. No capítulo 4, foi avaliado o efeito do aumento da temperatura e CO2 e da qualidade nutricional de folhas de Eperua glabriflora (Fabaceae) e Goupia glabra (Celastraceae) sobre o consumo, sobrevivência e crescimento de P. elektoros. O experimento foi realizado em microcosmo, que simula em tempo real as condições de temperatura e CO2 de Manaus. O microcosmo é composto por quatro salas, uma representando a condição controle (valores atuais de temperatura e CO2) e as outras três com variações relativas à condição controle, sendo na condição extrema um aumento de ~4,5 oC na temperatura e ~870 ppm de CO2. As taxas de consumo e sobrevivência de P. elektoros foram significativamente menores com o aumento de temperatura e CO2. No entanto, apenas o consumo foi diferente entre as duas espécies de folhas, sendo maior em G. glabra. A taxa de crescimento não diferiu entre os tratamentos. Assim, os aumentos de temperatura e CO2 testados neste estudo poderão resultar em grandes alterações no processamento da matéria orgânica e nas cadeias alimentares nos riachos Amazônicos. |