Efeitos do solo e nível do lençol freático sobre a variação da gravidade específica da madeira em mesoescala no Norte da Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Souza, Danilo Boanerges
Orientador(a): Nascimento, Henrique Eduardo Mendonça
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5029
http://lattes.cnpq.br/1336303973665740
Resumo: As áreas de contato entre as florestas ombrófilas densas de terra-firme e campinaranas ao norte da Amazônia apresentam um amplo gradiente edáfico e de inundação periódica, porém os efeitos desses gradientes sobre a variação da gravidade específica da madeira (WSG) em mesoescala ainda não foram totalmente elucidados. Para tal, foram utilizadas 20 parcelas permanentes de 0,25 ha de tamanho (10 × 250 m) distribuídas ao longo de uma escala espacial de 25 km2 dentro do Parque Nacional do Viruá, estado de Roraima, Brasil, dentro das quais indivíduos arbóreos 10 cm ≤ DAP ≤ 30 cm foram amostrados. Modelos de regressão múltipla mostraram que a fertilidade do solo (SB – soma de bases), a textura (teor de argila) e o nível de inundação explicaram 27-38% da variação da WSG entre parcelas, porém apenas a SB apresentou relação significativa e negativa com a WSG, indicando que solos mais férteis apresentaram menor WSG. Através de uma análise de caminhos foi mostrado que a WSG foi afetada diretamente pela fertilidade do solo, não sendo associada com diferenças na composição florística baseada em dados de abundância. Por outro lado, houve efeito indireto da fertilidade do solo sobre a WSG através da composição florística baseada em dados de presença e ausência. Os resultados deste estudo destacam que as diferenças na composição florística associadas às espécies mais abundantes são muito pequenas ao longo dos gradientes ambientais, contribuindo muito pouco para a variação espacial da WSG no nível de comunidade. Isto sugere que a fertilidade do solo influencia a variação intraespecífica da WSG das espécies mais abundantes. Ao contrário, o efeito indireto da fertilidade do solo sobre a WSG através da composição florística baseada em dados de presença e ausência indica que as espécies com baixa densidade demográfica, que representam a maior parte dos indivíduos nas florestas tropicais, governam as diferenças da WSG associadas à variação filogenética. Desta forma, a plasticidade fenotípica e a variação filogenética são importantes para explicar as variações na WSG associada principalmente ao gradiente ambiental de fertilidade do solo. Modelos de biomassa que utilizam estimativas da WSG baseados em dados taxonômicos podem levar à estimativas enviesadas, devido à variação intraespecífica das espécies mais abundantes em mesoescala. Sugere-se, portanto um maior esforço para obtenção de medidas de WSG para as espécies mais abundantes com o objetivo de captar tal variação intraespecífica.