Evolução da variação intraespecífica em cantos de anúncio de Allobates sp.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Faria, Eveline Salvático
Orientador(a): Lima, Albertina Pimentel
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11843
http://lattes.cnpq.br/7288387524828361
Resumo: Os sinais acústicos são essenciais para a comunicação em muitos grupos animais e carregam informações sobre identidade, tamanho, localização e status sexual do emissor mesmo a distâncias relativamente longas. Se algumas propriedades do sinal acústico são degradadas durante o caminho de propagação, os sinais perdem a eficiência e podem não cumprir sua função. As características do sinal acústico podem ser modificadas devido efeitos ambientais variados, relacionados principalmente a variações na estrutura do habitat circundante e ao ruído ambiental constituído por sinais acústicos emitidos por organismos simpátricos co- ou heteroespecíficos. A hipótese de adaptação acústica (HAA) sugere que a comunicação acústica é adaptada a cada tipo de habitat, de forma a maximizar a distância de transmissão do sinal, minimizando sua atenuação e a degradação causada por reverberações. Neste trabalho avaliou-se as existência de relações entre a diferenciação em sinais acústicos de uma espécie de anuro amazônico (Allobates sp.) e variações clinais na estrutura da vegetação florestal ao longo de aproximadamente 600 km, no interflúvio entre dois grandes afluentes do Rio Amazonas. Adicionalmente, testamos se a presença de espécies sintópicas cujos cantos se sobrepõem espectralmente aos da espécie-alvo, associa-se a padrões de divergência nos limites e amplitude espectrais de seus sinais. Foi observado que os sinais acústicos de Allobates sp. são mais curtos e emitidos em freqüências mais baixas em áreas de florestas com maior densidade árvores e com maiores valores de área basal, como previsto pela HAA. No entanto, a modulação do sinal não foi afetada pelos parâmetros ambientais. A presença de espécies sintópicas emitindo sinais com frequencia coincidente a da espécie alvo também não foi associada com a variação de qualquer característica acústica de Allobates sp. Além disso, nosso trabalho destaca a importância de representar a estrutura da vegetação sobre vários parâmetros para relacionar à padrões sutis de variações dos sinais acústicos.