Biocarvão de bambu e fontes de fósforo afetando a disponibilidade de p e o crescimento de feijão caupi e milho em latossolo amarelo distrófico da Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Oliveira, Danielle Monteiro de
Orientador(a): Falcão, Newton Paulo de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Agricultura no Trópico Úmido - ATU
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5266
http://lattes.cnpq.br/1358572992778508
Resumo: A utilização de biocarvão tem sido motivada com base nas pesquisas desenvolvidas com o carvão das terras pretas de índio, mostrando que esse biocarvão é importante na estabilidade da matéria orgânica e na melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Os altos teores de óxido de ferro, alumínio e minerais de argilas de baixa atividade são os principais fatores responsáveis pela alta fixação do fósforo em solos tropicais. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do biocarvão de bambu, produzido sob diferentes temperaturas de carbonização (400º, 500º e 600º C), na disponibilidade do fósforo proveniente de diferentes fontes fosfatadas (fosfato natural de ARAD, superfosfato simples e superfosfato triplo) em Latossolo Amarelo distrófico típico da Amazônia Central. Para isto, foi instalado um experimento em casa de vegetação, em dois cultivos alternados de feijão caupi (Vigna unguiculata) e milho (Zea mays), em delineamento inteiramente casualizado, num esquema fatorial 3 x 3, sendo três temperaturas de carbonização do biocarvão e três fontes de fósforo: As fontes de fosfato foram aplicadas o equivalente a 100 kg de P2O5 por ha-1. O biocarvão foi aplicado o equivalente a 40 t ha-1. Uma adubação complementar foi realizada no início de cada cultivo nas seguintes doses: 45 kg de N ha-1 (Uréia), 72 kg de K2O ha-1 (Cloreto de potássio). O feijão foi colhido no início da floração e o milho com 45 dias após a germinação. As seguintes variáveis foram mensuradas: disponibilidade de nutrientes no solo, nutriente acumulado e peso da matéria seca da parte aérea (MSPA) em cada cultivo. Os resultados mostraram que no primeiro cultivo de feijão caupi o maior incremento da MSPA foi obtida no tratamento BIO500FN (6,9 g), com aumento de aproximadamente 360%, seguido do BIO400FN (6,8 g), com incremento de 300%, em relação ao controle (1,9 g). Os tratamentos que receberam biocarvão à 400°C os valores de P no solo aumentaram em função da fonte (FN;12,60 > SFS;11,20 > SFT;10,80 mg dm-3), ocorrendo o contrário com os tratamentos que receberam biocarvão à 500°C (FN; 10,40 < SFS; 11,60 < SFT;14,20 mg dm-3) e nos tratamentos com biocarvão 600°C não houve variação. Para todos os cultivos os tratamentos que receberam biocarvão à 500º C os valores de K trocável no solo variaram entre 5,2 e 8,5 mg dm-3, para os demais tratamentos o K no solo ficou abaixo de 5,2 mg dm-3. Os tratamentos que receberam superfosfato simples apresentaram altos teores de enxofre no solo, maior que 31,0 mg dm-3, independente da temperatura de carbonização do bambu. No segundo cultivo de feijão caupi a MSPA do tratamento BIO600SFT (5,9 g) foi semelhante a MSPA do BIO400FN (5,7 g) e 19% maior que o valor do controle (5,1 g). Os teores de P nos solos dos tratamentos BIO400FN (14,8 mg dm-3) e BIO500SFT (15,0 mg dm-3) apresentaram valores semelhantes. Embora a MSPA dos dois cultivos de milho não tenha apresentado efeito dos tratamentos, os maiores crescimentos ocorreram nos tratamentos que receberam FN, independente da temperatura de carbonização, o mesmo acontecendo para os teores de P disponíveis no solo que apresentaram altos teores e semelhantes aos valores encontrados para as outras fontes mais solúveis. Nos tratamentos que receberam biocarvão à 500º C os valores de K trocável foram os mais altos, variando de 5,20 – 8,50 mg dm-3. As diferentes fontes fosfatadas responderam semelhantemente na disponibilidade de P e no crescimento do feijão na presença do biocarvão. Os maiores teores de K foram observados nos tratamentos que receberam o biocarvão à 500C.