Estratégias de uso de recursos naturais dos moradores da Reserva Extrativista do Médio Juruá: farinha e extrativismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Franco, Fábio Chicuta
Orientador(a): Rebêlo, George Henrique
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11957
http://lattes.cnpq.br/9646445816670754
Resumo: O extrativismo de produtos florestais não-madeireiros foi relevado nas últimas décadas como estratégia de geração de renda associada à conservação da biodiversidade, porém críticas e limitações foram apontadas nos últimos anos. Esta dissertação objetiva entender as motivações para adoção de diferentes estratégias de uso de recursos naturais para a geração de renda monetária das famílias moradoras de uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável em área florestal na Amazônia brasileira. Dados quantitativos e qualitativos foram coletados em julho de 2006. Durante as duas últimas décadas, a farinha de mandioca (Manihot esculenta Crantz) passou a ser a principal fonte de renda monetária das famílias moradoras da Reserva Extrativista do Médio Juruá (REMJ) e a especialização na sua produção passou a ser a principal estratégia para sua geração. A maioria de sua produção foi comercializada, possuindo alta liquidez e mercado seguro, sendo influenciada pela força de trabalho familiar e pelo acesso ao crédito. Em 2005 desmatou-se cerca 0,13% dos 250.000 hectares da REMJ para a produção agrícola, mas há sinais de redução de disponibilidade de áreas adequadas para plantio em comunidades mais populosas. Apesar da criação da REMJ, das expectativas geradas com a parceria empresa-comunidade e do fomento recebido, o extrativismo de produtos florestais não-madeireiros foi responsável, em média, por apenas 13% da renda monetária das famílias. A venda de sementes oleaginosas de murumuru (Astrocarium murumuru Martius) e de andiroba (Carapa guianensis Aublet) foi realizada por 60% das famílias, sendo uma mínima parte especializada nestes produtos. Sua produção foi influenciada pela capacidade de deslocamento e a reduzida disponibilidade destes recursos naturais aparentemente limita seu potencial para geração de renda, havendo aparentemente sobre-exploração de sementes de murumuru. A borracha (Hevea brasiliensis Muell. Arg.) gerou uma renda menor e foi produzida por poucas famílias, sendo influenciada pela idade do chefe-de-família. Os produtos florestais não-madeireiros comercializados pouco foram plantados, não foram apoiados pelo crédito oficial e tiveram acesso reduzido ao mercado consumidor, limitando a capacidade das famílias de utilizá-los para geração de renda.