Respostas ecofisiológicas de plântulas de duas espécies arbóreas de diferentes estágios sucessionais da várzea, Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Oliveira, Daniel Maurenza
Orientador(a): Piedade, Maria Teresa Fernandez
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11881
http://lattes.cnpq.br/7271686505497825
Resumo: O pulso de inundação, responsável pela alta dinâmica existente nas áreas alagáveis da Amazônia, submete as florestas da margem dos rios a uma inundação anual, periódica e monomodal. Co-atuando com a inundação, um gradiente de luminosidade é observado. De forma a entender os mecanismos para o estabelecimento das plantas em áreas alagáveis, foram investigadas as adaptações ecofisiológicas de duas espécies de diferentes estágios sucessionais à inundação e luminosidade. Neste estudo as espécies selecionadas foram Cecropia latiloba, uma pioneira tolerante a inundação e Pouteria glomerata, uma secundária tardia tolerante a sombra. Ao longo de seis meses foram feitas medidas mensais de trocas gasosas (assimilação fotossintética, condutância estomática, razão da concentração de CO2 intracelular / concentração de CO2 do ambiente, eficiência no uso da água) e fluorescência da clorofila a, bem como de altura e número de folhas em 20 plântulas retiradas da Ilha da Marchantaria. Utilizou-se uma folha por plântula (totalmente expandida e exposta à luz solar), as quais foram submetidas a duas intensidades de luz e inundação (n = 5) durante seis meses. Após esse período, foi medida a área foliar e, posteriormente, as plântulas foram divididas em folha, caule e raiz, para obtenção da massa seca. Os resultados revelam que o melhor desenvolvimento de C. latiloba tem forte relação com a alta disponibilidade de luz, quando a planta apresentou melhores condições quanto aos parâmetros de trocas gasosas e crescimento, entretanto, independente do tratamento, esta espécie investiu biomassa em altura (alongamento do caule) e promoveu maior troca foliar. Já a eficiência quântica foi menor sob muita luz e maior na ausência de inundação. Quanto a P. glomerata, os dados demonstram que esta espécie é mais afetada pela inundação, com decréscimos do desempenho nos parâmetros de trocas gasosas e eficiência quântica. P. glomerata demonstrou outra estratégia de crescimento, diminuindo o investimento em altura e mantendo as suas folhas. Os resultados demonstraram que a espécie pioneira, mais abundante em baixas altitudes de áreas alagáveis, apresenta eficiente estratégia para seu estabelecimento, como alta produção de raízes adventícias, a fim de manter o metabolismo durante longo tempo de inundação, e respostas fisiológicas e morfológicas favoráveis a ambientes com alta luminosidade. Já a espécie secundária tardia demonstrou uma alta relação da redução do metabolismo com a inundação, o que pode decorrer da ativação do metabolismo anaeróbico. A fase aquática, somatório da inundação e pouca luz para plântulas de áreas alagáveis, caracteriza um ambiente temporariamente desfavorável. Para tolerar esse período, C. latiloba e P. glomerata apresentam respostas ecofisiológicas que justificam o seu estabelecimento para as condições impostas pelo pulso de inundação.