Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Santana, Flávia Delgado |
Orientador(a): |
Costa, Flávia Regina Capellotto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Ecologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12260
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Resumo: |
Investigamos aspectos da dispersão de sementes de quatro espécies de Marantaceae relacionados à complexidade dos múltiplos dispersores e de uma paisagem heterogênea de terra firme na Amazônia Central. No capítulo 1 comparamos a dispersão de sementes por formigas e grilos entre as espécies de ervas e descobrimos que não há diferença entre o número de sementes removidas por grilos e formigas. Porém grilos removem sementes principalmente no período da noite e tendem a mover as sementes grandes mais longe. Ressaltamos que os grilos, assim como as formigas, podem ter papel importante na dispersão de sementes ariladas. No capítulo 2 utilizamos o framework de efetividade de dispersão (SDE) para comparar o papel de diferentes grupos de dispersores na dispersão e recrutamento das ervas dentro de uma paisagem heterogênea. Perguntamos especificamente se existia relação entre o modo de dispersão atribuído à erva e a contribuição relativa dos diferentes dispersores à efetividade; como a efetividade de dispersão e assembleia de dispersores mudava com relação ao tipo de ambiente; e se existia uma associação entre os locais com maior efetividade, germinação e recrutamento. Encontramos que a dispersão de sementes é realizada principalmente por invertebrados, muitos deles inesperados. Para três das quatro espécies estudadas houve relação entre a síndrome de dispersão atribuída e o grupo dispersor mais efetivo. Entretanto, entre ambientes diferentes, o segundo dispersor mais efetivo pode contribuir desproporcionalmente para o SDE. Além disso, nem sempre o ambiente com maior SDE é também melhor para a germinação e recrutamento. Portanto, os papéis complementares dos dispersores de sementes à escala local de ervas, combinados com as mudanças no padrão de correspondência da SDE e habitat adequado para o recrutamento, devem ajudar a impulsionar a estrutura da comunidade de ervas de sub-bosque dispersas em animais em ambientes heterogêneos tropicais. No capítulo 3 investigamos mudanças na estrutura das populações, padrões de abundância e suas relações com luz e hidrologia, para entender processos de limitação de dispersão e de estabelecimento ao longo de uma paisagem. As ervas com diásporos pequenos foram mais restritas a um tipo de ambiente, sugerindo limitação de dispersão e recrutamento mais associados a ambientes mais iluminados. Ervas com diásporos grandes estiveram mais distribuídas na paisagem sugerindo ausência de limitação de dispersão, e com recrutamento fortemente associado à hidrologia. Portanto, o padrão espacial da paisagem das espécies de ervas emerge da combinação de dispersão e limitação de recrutamento que atuando em diferentes escalas espaciais. Nesta tese, demonstramos que o processo de dispersão de sementes das ervas de sub-bosque é muito mais complexo do que considerado anteriormente e envolve inúmeros dispersores de sementes não antes reconhecidos. A condição de tolerância à sombra das espécies estudadas não está relacionada ao tipo de dispersor de sementes como visto anteriormente. A dispersão é um processo importante para permitir que as espécies estudadas ocupem diferentes habitats, no entanto, os filtros ambientais parecem refinar os padrões de abundância ao longo da paisagem heterogênea. |