Etnoconhecimento Sateré Mawé e a influência de fatores ambientais e antrópicos na distribuição de espécies florestais de interesse da etnia
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Ciências de Florestas Tropicais - CFT
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5008 http://lattes.cnpq.br/3524158746227239 |
Resumo: | Os povos indígenas manejam secularmente as florestas amazônicas, favorecendo a propagação e o crescimento de espécies úteis e domesticadas. A distribuição de espécies florestais está relacionada com o histórico de uso, ocupação e manejos pré-colombianos e atuais, bem como fatores ambientais e evolutivos. A etnia Sateré-Mawé tradicionalmente maneja florestas no interflúvio Amazonas-Madeira-Tapajós. O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso, manejo e a distribuição de doze espécies florestais de interesse atual para a etnia no território Andirá-Marau. Levantamos com os coletores de sementes doze espécies prioritárias e estudamos como estas espécies estão distribuídas no baixo rio Andirá. Para isso analisamos a abundância e área basal de populações de espécies domesticadas e não domesticadas, levando em consideração atributos ambientais e antrópicos. Para uma melhor compreensão dos resultados e do histórico de uso do território estudamos o conhecimento indígena sobre os usos e manejos das espécies prioritárias e sobre os solos ao redor das comunidades. Vimos que os Sateré-Mawé estão ativamente manejando as florestas e estas práticas de manejo foram classificadas em nove categorias que levam a um processo de domesticação da floresta. Foram descritos seis etno solos por meio de atributos de rápida percepção, como cor, textura e vegetação dominante. A assembleia das 12 espécies prioritárias é mais abundante nas regiões mais próximas das comunidades, em solos com maior teor de fósforo, maior quantidade de carvão e menor teor de ferro. A distribuição das espécies com populações domesticadas foi explicada por atributos mais sensíveis às modificações antrópicas, como maior quantidade de carvão no solo, maior pH e soma de bases. As espécies não domesticadas tiveram maior abundância em altitudes mais elevadas, em solos com maior teor de fósforo e ferro, e tiveram maior área basal em solos mais ácidos. Relacionar o estudo científico moderno com o conhecimento indígena possibilitou uma melhor compreensão e interpretação dos resultados, evidenciando a importância deste diálogo para aprofundarmos nos estudos sobre as florestas amazônicas e traçarmos estratégias para sistemas produtivos mais resilientes e condizentes com as realidades locais. |