Estoque de combustível fino e decomposição de folhas em florestas de igapó do rio Negro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Santos, Aline Ramos dos
Orientador(a): Nelson, Bruce Walker
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11987
http://lattes.cnpq.br/5185774705372094
Resumo: Nas florestas inundáveis por águas pretas da Amazônia, os Igapós, especialmente no Médio Rio Negro, têm ocorrido incêndios durante períodos de seca. Observações de imagens de satélites, alguns registros documentados e visitas à região do Médio Rio Negro mostram muitas áreas de Igapó destruídas pelo fogo. Para acontecer um incêndio é necessário haver fontes de ignição, clima seco e combustível. A fim de ajudar a compreender a suscetibilidade dessas florestas aos incêndios rasteiros, foi investigado o estoque de combustível fino sobre o solo em 29 pontos de Igapó e 28 de Terra Firme, no Médio Rio Negro. O combustível fino considerado aqui se constitui de material com diâmetro ≤ 2,5 cm, na forma de serrapilheira (folhas, flores, frutos, raízes e galhos caídos) e, quando ocorreu, a manta de raízes finas, acima do solo mineral. Este material bem aerado é passível de queima na estação de águas baixas em períodos de pouca chuva. Examinou-se ainda se a textura do solo superficial dessas florestas ou o nível de inundação nos Igapós influenciam a quantidade de combustível. As florestas de Igapó estocam maior quantidade de serrapilheira e de raízes finas que as florestas de Terra Firme (P<0,0001). O estoque médio de serrapilheira fina nas florestas de Igapó é de 11,65 ± 3,5 Mg ha-1 (média ± desvio padrão) e nas de Terra Firme 7,24 ± 1,2 Mg ha-1. O estoque médio da camada de raízes finas das florestas de Igapó é 13,73 ± 10,6 Mg ha-1, e nas florestas de Terra Firme é de 1,84 ± 3,5 Mg ha-1. Não houve relação do estoque de combustível com a textura do solo em ambas as florestas, ou com o nível da inundação nas de Igapó. Foi estudado ainda o processo de decomposição, que afeta a quantidade de combustível estocada. Para avaliar a influencia do ambiente sobre a perda de massa de folhas, utilizou-se uma espécie arbórea amazônica que não ocorre nas florestas das áreas de estudo. Bolsas de malha 1 mm e com aberturas de 10 mm contendo folhas de Clitoria fairchildiana (Fabaceae) secas ao ar foram expostas a três condições ao longo de 81 dias: (1) emersão sobre o solo da floresta de Terra Firme; (2) sob submersão rasa e (3) sob submersão profunda, no Igapó inundado. A decomposição foi mais rápida nas folhas expostas à condição (1), que ao final do experimento apresentaram aproximadamente 50% de massa remanescente, contra aproximadamente 70% dos outros dois tratamentos. Nessas folhas sobre a Terra Firme foi observada ampla participação de cupins, na remoção do material.