Topografia e densidade da madeira modulam o crescimento sazonal na Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Melgaço, Karina Liana Lisboa
Orientador(a): Costa, Flávia Regina C.
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11880
http://lattes.cnpq.br/3952149774887471
Resumo: Mudanças climáticas são reconhecidas como um dos maiores impactos ambientais sobre o estoque de carbono das florestas tropicais, mas os efeitos e os mecanismos pelos quais o clima afeta o balanço de carbono das florestas tropicais ainda são incertos. A sazonalidade de crescimento tem sido estudada visando compreender isto. Neste estudo foi investigado como o gradiente hidro-topográfico e a densidade da madeira modulam o crescimento intra-anual das árvores em uma floresta de terra-firme na Amazônia Central, Brasil. Foram monitoradas 1879 árvores e palmeiras com dendrômetros, a cada dois meses em nove parcelas de 1ha. O crescimento variou em função da distância vertical da drenagem mais próxima, da textura do solo e densidade da madeira ao longo do tempo. O aumento em circunferência foi principalmente associado com o aumento das chuvas no período de transição da estação seca para chuvosa. No final da estação chuvosa, as árvores situadas em solos argilosos e verticalmente mais distantes do lençol freático tiveram maior crescimento do que as árvores nas vertentes e nos baixios. No entanto, no começo da estação seca, as maiores taxas de crescimento ocorreram nos baixios e nas vertentes com solos arenosos. Além disso, árvores de alta densidade da madeira mantiveram uma baixa variabilidade de crescimento intra-anual em circunferência, com incremento aumentando no período de transição da estação seca para chuvosa, enquanto as árvores de baixa densidade da madeira tivera alta variabilidade de crescimento. Estas diferenças sugerem que o balanço entre o investimento em crescimento de madeira e a prevenção ao embolismo podem direcionar as respostas fisiológicas ao longo de gradientes hidro-topográficos. O crescimento em circunferência é direcionado pelo aumento de chuvas no período de transição da estação seca para chuvosa, o qual não é o período de maior irradiação e nem com maior quantidade de chuvas, como recentes estudos tem sugerido. Além disso, as condições mais favoráveis para o crescimento variam na topografia ao longo do tempo, de acordo com as melhores condições de água disponível no solo. Os baixios podem ser beneficiados por um período de seca, com o balanço de crescimento em favor destas áreas. Isto poderia significar um menor efeito negativo das secas ao longo da paisagem do que esperado por experimentos, os quais foram conduzidos em áreas distantes do lençol-freático.