Especificidade por hospedeiro, abundância e prevalência de ervas-de- passarinho (Psittacanthus – Loranthaceae) em uma savana amazônica afetada por queimadas
Ano de defesa: | 2010 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
|
Programa de Pós-Graduação: |
Ecologia
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12252 http://lattes.cnpq.br/6712756525504898 |
Resumo: | Ervas-de-passarinho são plantas hemiparasitas fotossintetizantes comumente associadas a árvores e arbustos de savanas, apresentando vários graus de especialização por hospedeiros. A distribuição das ervas-de-passarinho pode depender do seu grau de especialização, da eficiência da dispersão de sementes para hospedeiros compatíveis, e das influências diretas e indiretas de fatores locais (i.e. queimadas) sobre suas populações. O principal objetivo deste estudo foi entender quais fatores determinam a distribuição das ervas-de-passarinho em diferentes escalas espaciais, variando desde a escala dentro de hospedeiros, entre hospedeiros distintos, e entre sítios de savana distintos. Os fatores que explicam a distribuição podem variar desde fatores históricos, assim como fatores ecológicos, e fatores ambientais, dependendo da escala espacial avaliada. Adicionalmente, para subsidiar estudos de monitoramento em larga escala para as ervas-de-passarinho, foi investigado se amostragens únicas aos hospedeiros poderiam subestimar a presença de sementes e infecções pré-estabelecidas de ervas-de-passarinho. Três espécies de ervas-de-passarinho do gênero Psittacanthus (Loranthaceae) foram consideradas, todas elas em uma mancha de savana isolada da Amazônia, próxima a Alter do Chão, Pará, Brasil. No primeiro capítulo, foi encontrada uma baixa sobreposição entre as espécies de árvores utilizadas como hospedeiras pelas três espécies de ervas-de-passarinho, em uma área que não foi queimada por aproximadamente 10 anos. A compatibilidade entre as ervas-de-passarinho e hospedeiros, ao invés da deposição de sementes, foi o principal fator relacionado ao padrão de uso de espécies de árvores pelas ervas-de-passarinho. No segundo capítulo, foi conduzido um estudo ao longo de três anos consecutivos para investigar a distribuição em pequena escala espacial de Psittacanthus plagiophyllus, a erva-de-passarinho mais comum deste estudo. A dispersão de sementes realizada pela ave Elaenia cristata (Tyrannidae) foi mais importante que características do hospedeiro (tamanho da árvore, presença de infecções) para determinar a agregação das ervas-de-passarinho entre hospedeiros de uma mesma espécie. No terceiro capítulo, mostrou-se que amostragens repetidas conduzidas no mesmo hospedeiro podem melhorar a detecção de sementes em até 50%. Além disso, amostragens únicas não foram completamente eficientes para detectar infecções previamente estabelecidas. No último capítulo, a informação acumulada do capítulo 1, referente aos hospedeiros utilizados pelas ervas-de-passarinho, foi utilizada junto com observações simultâneas para amostrar todos os indivíduos das espécies hospedeiras das ervas-de-passarinho em 35 parcelas de savana, sob diferentes históricos de fogo, numa área de 100 km2. Além disso, 19 sítios de estudo foram vii amostrados para determinar o efeito do fogo sobre a dinâmica de recolonização de P. plagiophyllus. A tolerância ao fogo e recolonizações bem sucedidas são provavelmente os principais fatores determinando a distribuição destas espécies na savana. Psittacanthus plagiophyllus foi a única espécie significativamente afetada pela frequência de fogo. Entretanto, esta espécie foi amplamente distribuída e obteve a maior prevalência entre todas as ervas-de-passarinho. Psittacanthus collum-cygni foi mais abundante bem perto das bordas das florestas do que cerca de 100 m longe delas. Psittacanthus biternatus, a espécie mais generalista e resistente ao fogo, obteve uma prevalência muito baixa, o que pode estar relacionado à baixa taxa reprodutiva da espécie e, portanto, deve possuir uma baixa habilidade de recolonizar após o fogo. Finalmente, P. plagiophyllus foi capaz de colonizar áreas um ano após queimadas de baixa intensidade, mas menos apta a colonizar áreas com alta intensidade de fogo. |