Quando engenheiros tornam-se professores: trajetórias formativas de docentes do curso de Engenharia Elétrica (IFPB/João Pessoa)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Silvia Helena dos SAntos Costa lattes
Orientador(a): Souza, Francisco das Chagas Silva lattes
Banca de defesa: Oliveira , Vivianne Souza de, Medeiros Neta, Olívia Moraes de, Nascimento, José Mateus do
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Acadêmico em Educação Profissional
Departamento: Natal - Central
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://memoria.ifrn.edu.br/handle/1044/799
Resumo: A criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) em 2008 e a sua expansão, implicaram na contratação de um grande quantitativo de bacharéis com formação em Engenharia, além de outras, para lecionar nessas instituições. É nesse contexto da expansão da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) que tem origem o curso de Engenharia Elétrica do IFPB/Campus João Pessoa. Considerando que esses engenheiros professores não tiveram uma formação pedagógica em seu curso inicial, nossa questão central é: como esses engenheiros se tornaram professores? Este estudo vem problematizar as trajetórias de formação acadêmica e profissional desses professores. A metodologia da pesquisa é qualitativa. Optamos pelo método (auto) biográfico, visto que as narrativas de histórias de vida de professores permitem uma reflexão sobre si, os outros e seu contexto, numa perspectiva de formação. Os primeiros resultados da investigação, com os seis engenheiros professores do curso de Engenharia Elétrica do Campus João Pessoa do IFPB, a partir de sua produção acadêmica na Plataforma Lattes, nos mostraram que, quanto ao nível de titulação acadêmica, a maioria tinha doutorado em suas áreas específicas e boa produção intelectual. As entrevistas foram gravadas em áudio, transcritas e submetidas à análise de conteúdo, o qual foi distribuído em categorias: escolha pela engenharia e experiência universitária; inserção profissional na docência; experiências formativas em sala de aula; desenvolvimento profissional docente. Os relatos dos entrevistados evidenciaram que estes escolheram a docência de forma não planejada, prevalecendo os aspectos contingenciais. Os professores reconhecem a carência de uma formação pedagógica, mas não têm investido nesse tipo de formação na pós-graduação, de forma sistematizada. Nas suas experiências de sala de aula lançam mão de estratégias para lidar com tensões e adversidades, tais como: ter os seus professores como referência; investir mais tempo na elaboração das aulas; interagir com pares mais experientes; estar atento aos seus alunos e suas demandas. Veem-se tanto como engenheiros quanto professores e demonstram estar realizados pessoal e profissionalmente, e nenhum deles externou insatisfação ou possibilidade de abandonar a docência. A construção da docência desses professores se fez com seus saberes disciplinares, os saberes experienciais de sala de aula, na interação com alunos e colegas. Este estudo também aponta para a importância de uma maior discussão a respeito do desenvolvimento profissional docente, mais especificamente daqueles professores egressos de cursos de bacharelados e que atuam na EPT, nos IFs e fora destes.