Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Favacho, Joana da Felicidade Ribeiro |
Orientador(a): |
Cunha, Antonio José Ledo Alves da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
UFRJ - Instituto de Estudos em Saúde Coletiva
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://patua.iec.gov.br/handle/iec/3558
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Resumo: |
O tracoma é a principal causa infecciosa de cegueira no mundo e está associado a precárias condições de vida nos países em desenvolvimento. O diagnóstico da doença é baseado na avaliação clínica. Entretanto, a confirmação laboratorial é necessária para a constatação da circulação do agente etiológico na comunidade. O objetivo do presente estudo foi avaliar a prevalência de tracoma em três municípios do Arquipélago de Marajó, localizado no estado do Pará, nos anos de 2008 e 2016 e comparar um teste laboratorial com a metodologia qPCR em desenvolvimento. Em 2008, 2.054 escolares do sistema público de ensino primário da área urbana da região do Marajó e seus comunicantes foram examinados clinicamente, apresentando uma prevalência de tracoma de 3,4% (69 casos), sendo mais frequente em crianças entre seis e nove anos e no sexo feminino; entre os comunicantes, uma prevalência de 16,5% foi observada. Em 2016, foram examinados 1.502 escolares, onde foram diagnosticados três casos de tracoma (prevalência de 0,2%), encontrados apenas no município de Soure (área endêmica). A presença de anticorpos contra o gênero Chlamydia foi avaliada por imunofluorescência indireta (IFI), e os sorotipos foram determinados por microimunofluorescência (MIF). Os casos positivos observados durante a avaliação clínica foram confirmados por testes laboratoriais de imunofluorescência direta (IFD). Para a comparação entre os testes de diagnóstico para C. trachomatis foram utilizadas a imunofluorescência direta (IFD), como padrão-ouro e a qPCR para a detecção simultânea do plasmídio críptico presente no genoma da bactéria e a detecção de rRNA 18S humano, utilizado como controle interno das reações. Foram testadas 62 crianças investigadas com ou sem indicativo clínico de tracoma, 50 de área endêmica (Marajó, Pará) e 12 de área não endêmica (Curitiba, Paraná), coletadas entre o período de 2016 e 2017. Todas as amostras positivas na clínica e na IFD foram detectadas pela qPCR, conferindo uma sensibilidade de 100% nas amostras testadas. Entretanto, algumas amostras são consideradas negativas devido ao baixo número de EB (<5). Estas amostras também foram detectadas pela qPCR. Os resultados do presente estudo mostraram que, em 2008, o tracoma apresentou baixa prevalência em escolares da área urbana do Arquipélago de Marajó; oito anos após a primeira avaliação e a introdução de medidas de controle e prevenção (estratégia SAFE), houve uma redução drástica no número de casos. A necessidade de monitoramento constante e medidas efetivas para a eliminação do tracoma e a detecção de DNA bacteriano na infecção ativa são de fundamental importância, mostrando que a PCR em Tempo Real consegue identificar sinais da presença de C. trachomatis em mais amostras do que as outras técnicas, possibilitando um tratamento precoce. |