Identificação sorológica e molecular do vírus varicela zoster (VVZ) em casos de meningoencefalites

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Belisa Castro da
Orientador(a): Sousa, Rita Catarina Medeiros
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/4483
Resumo: O vírus varicela zoster (VVZ) é um herpesvírus da subfamília Alphaherpesvirinae, gênero Varicellovirus. A transmissão inter-humana do vírus ocorre através de gotículas de saliva e da secreção das vesículas, que podem ser veiculadas também por fômites. O VVZ pode causar varicela (catapora) durante a infecção primária, estabelecendo posteriormente uma infecção latente. Em diversas situações em que ocorre um declínio da imunidade celular específica contra o VVZ pode ocorrer reativação da replicação viral, com possibilidade de manifestação clínica através do herpes zoster. Dentre as complicações da varicela estão as que ocorrem no sistema nervoso central, como a meningoencefalite. A meningoencefalite por varicela tem uma incidência de 1 a 2 episódios / 10.000 casos de varicela, com a maior incidência entre adultos e lactentes. O quadro clínico cursa com gravidade podendo ser letal em torno de 2% dos casos, em que uma decisão terapêutica deve ser urgente. O objetivo da investigação foi determinar a frequência do vírus varicela zoster em casos de meningoencefalites. No estudo, que é do tipo transversal foram analisadas as amostras de soro e de líquido cefalorraquidiano (LCR) de 336 pacientes com meningoencefalites, provenientes da Rede de Vigilância em Saúde, no período de 2016 a 2018. Nas amostras sorológicas, houve a pesquisa de anticorpos VVZ IgM pelo método de ELISA. Já os espécimes de LCR com suspeita clínica de VVZ foram analisados pela técnica de Reação em Cadeia mediada pela Polimerase (PCR) convencional utilizando os primers da região VM20 e VP22 do VVZ. Devido a coleta de ambos os materiais não ter sido realizada em todos os pacientes, a quantidade de teste sorológico e molecular realizados foram diferentes: 101 (PCR e ELISA), 229 (PCR) e 6 (ELISA). Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética do IEC sob o número do parecer 2.992.456. As amostras testadas por sorologia, pareadas e não pareadas, 4,67% (5/107) foram positivas para VVZ, sendo 40% (2/5) para o sexo masculino e 60% (3/5) para sexo feminino, pertencentes a diferentes faixas etárias, variando de 6 até 66 anos de idade. Já para as amostras de LCR testadas, pareadas e não pareadas, 0,90% (3/330) o DNA foi detectável por PCR. Dos três casos detectados, dois (66,6%) pertenciam a faixa etária de 0 até 10 anos, sendo 50% do sexo masculino e um (33,4%) entre 10-19 anos de idade do sexo feminino. Os sinais e sintomas mais frequentes relatados foram: fraqueza muscular (100%), tosse (57,14%), disfagia (57,14%), febre (42,85%), cefaleia (42,85%), crise epiléptica (42,85%), tremores (42,85%), fraqueza cervical (42,85%) e coma. (57,14%). Os resultados obtidos neste presente estudo corroboram com outros estudos já realizados e a gravidade dos sintomas demonstra a relevância de um diagnóstico rápido diante de um quadro clínico grave que pode evoluir para o óbito.