Alterações histopatológicas e perfil de resposta imune de macrófagos M1 e M2 no tecido renal humano de infecções fatais pelo vírus da febre amarela

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Melo, Juliana Marinho
Orientador(a): Quaresma, Juarez Antônio Simões
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/4715
Resumo: A febre amarela (FA) é uma doença arboviral infecciosa causada por um vírus do gênero Flavivirus da família Flaviviridae, causando periodicamente surtos isolados ou epidemias em zonas das regiões tropicais da África e da América do Sul com relevante impacto em saúde pública. Essa arbovirose apresenta gravidade variável, podendo evoluir de formas leves para casos graves e fatais. Além disso, o vírus é caracterizado pelo viscerotropismo, causando o comprometimento de múltiplos órgãos, dentre eles, os rins. Os macrófagos, denominados no rim como células mesenquimais possuem um papel patogênico na inflamação e fibrose dos rins. Nosso estudo tem como objetivo compreender a polarização do perfil fenotípico M1 e M2 dos macrófagos no tecido renal lesionado de casos fatais acometidos pelo vírus da febre amarela (VFA). Para esse propósito, foram analisadas 11 biópsias de tecido renal obtidas de pacientes que vieram a óbito pelo VFA. As alterações histopatológicas foram observadas através do método de coloração hematoxilina-eosina (HE) e a detecção dos anticorpos propulsores das vias clássica e alternativa de ativação de macrófagos, através da quantificação da imunoexpressão de CD163, CD68, iNOS, arginase 1, IL-4, IL-10, INF-γ, INF-β, TNF-α, IL-13 e TGF-β. A imunoistoquímica foi baseada na formação do complexo biotina estreptavidina peroxidase. Para as análises estatísticas foram usados os testes não paramétricos Mann-Whitney e correlação de Spearman com nível de significância de 5% (p≤0,05). Os resultados demonstraram diferenças na expressão dos marcadores entre os casos fatais de FA e as amostras controle, sendo a marcação destes mais intensa na região cortical do parênquima renal. As imunoexpressões positivas, principalmente dos receptores CD68 e CD163 sugerem a presença de macrófagos ativados migrando para o foco infeccioso. Assim como o comportamento das enzimas arginase 1 e iNOS que respectivamente podem participar na resposta de reparo e destruição do vírus. O TGF-β também participa do processo de regeneração do tecido renal. As citocinas anti-inflamatórias IL-10, IL-4 e IL-13 revelaram um aumento significante, possivelmente com papel crucial no mecanismo de inativação de resposta de macrófagos inflamatórios, bem como na modulação fenotípica do macrófago M2. Já a expressão do INF-γ e INF-β demonstrou a importância da resposta inata no combate ao microrganismo. Além da expressão do TNF- α, de grande importância na sinalização no mecanismo de defesa do organismo. Sendo assim, nossos achados obtidos indicam que a polarização de macrófagos M1 e M2 possui um papel relevante na resposta imune renal ao vírus.