Conhecimento, atitudes e práticas de higienização e perfil de contaminação de mãos de profissionais de saúde em UTI neonatal no norte do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Nunes, Daniele Monteiro
Orientador(a): Costa, Ana Roberta Fusco da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/4409
Resumo: Introdução: As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) constituem uma das principais causas de mortalidade em neonatos. De janeiro de 2016 a julho de 2017, foram identificadas hemoculturas de IRAS na UTI neonatal de referência estadual, tendo como principal agente isolado o Staphylococcus coagulase negativo, Acinetobacter baumannii multidroga-resistente, e Serratia marcescens. A higiene das mãos é uma das principais medidas preventiva de IRAS. Desta forma, objetivou-se descrever e analisar a associação entre o conhecimento, atitudes e práticas acerca da higienização das mãos, o perfil de contaminação bacteriológica das mãos de profissionais de saúde da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) de hospital de referência materno infantil em Belém/PA. Método: estudo de corte transversal de conhecimento, atitude e práticas, baseado na estratégia multimodal para higienização das mãos preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em três etapas: de observação da higiene das mãos, de entrevistas e coletas de swab de mãos de 92 profissionais de saúde da UTI Neonatal, realizado no período de abril a maio de 2017. As análises dos dados foram realizadas no software EpiInfo versão 7. Resultados: observou-se que 97,59% dos profissionais foram considerados conhecedores sobre IRAS e suas formas de prevenção, 36,14% com atitude de prevenção de IRAS, no entanto, 18,07% foram praticantes de higiene de mãos. A taxa de adesão de higiene de mãos foi de 61,37% nos 5 momentos recomendados pela OMS, no entanto, de 37,18% a realizaram a prática da técnica correta. Das amostras coletadas, 81% foram positivas para microrganismos de importância epidemiológica para ocorrência de IRAS nas mãos dos profissionais. As espécies mais prevalentes foram de Staphylococcus warneri (22,2%), Pseudomonas stutzeri (17,2%) e Klebsiella pneumoniae (13,5%). Dos Staphylococcus coagulase negativos (29,4%) exibiram resistência à oxacilina; cepas de Acinetobacter baumannii mostraram resistência tanto à colistina quanto ao meropenem. A espécie Serratia marcescens apresentou perfil de multidroga-resistência. Conclusão: o estudo reflete que o risco à segurança dos pacientes é subestimado pelos profissionais frente as medidas de prevenção praticadas, apesar de conhecer sobre IRAS, a prática de higiene de mão é negligenciada, o que se repercute na alta prevalência de colonização por bactérias de importância epidemiológica nas mãos dos profissionais na UTIN com variados perfis de resistência antimicrobiana aos medicamentos de última geração. Diferentes estratégias podem ser empregadas na unidade com vistas a promover a adesão, tais como feedback aos profissionais, incentivo do uso de soluções alcoólicas e o estabelecimento de um plano de metas, com o envolvimento de líderes e equipe.