Mutações de resistência a inibidores antivirais nos genes NS5A e NS5B em casuística de hepatite C, Pará, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Figueiredo, Andrea Lima Silva
Orientador(a): Morais, Lena Líllian Sá de Canto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SCTIE/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/6958
Resumo: O vírus da hepatite C (HCV) atinge cerca de 58 milhões de pessoas no mundo. Dados do Brasil estimam que 0,7% da sua população seja soropositiva e 10 a 20% destas, desenvolverão cirrose e carcinoma hepatocelular. Este hepacivirus constituído por genoma de RNA, possui 8 genótipos, transmissão principal via parenteral, e o seu principal meio de diagnóstico é através da testes sorológicos. O desenvolvimento de novos antivirais de ação direta (DAA) tem contribuído para a resposta virológica sustentada (RVS), eliminando a infecção e alcançando a cura da hepatite C crônica. No entanto, pacientes pré-tratados podem desenvolver resistência natural aos DAA, o que pode contribuir para o falha do tratamento. Com o objetivo de avaliar a prevalência natural, identificar o padrão específico de substituições nucleotídicas associadas com resistência (RAS) e avaliar a taxa das RVS em amostras de 34 pacientes cronicamente infectados do Hospital Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará realizou-se estudo descritivo exploratório quantitativo, de corte transversal. As amostras de soro/plasma foram submetidas à extração de RNA utilizando o kit comercial QIAamp EZ1 Viral, de acordo com as recomendações do fabricante. O cDNA foi amplificado com auxílio de iniciadores randômicos (IDT) e da enzima SuperScript III. Por meio das técnicas de Reação em Cadeia da Polimerase convencional e Semi-nested-PCR amplificou-se segmentos de 792 pb e 382 pb dos genes das proteínas não estruturais NS5A e NS5B do vírus da hepatite C, respectivamente e seus produtos foram sequenciados, purificada acordo com as instruções do fabricante, na plataforma 3130xl Genetic Analyzer. Em relação ao gene NS5A, observou-se polimorfismos nas sequências de 42,8% (12/28) das amostras analisadas sendo que em 17,8% (5/28) delas observou-se importante RSA. Já em relação ao gene NS5B, polimorfismos de sequência foram identificados em 15% (5/33) das amostras, porém não observou-se nenhum RAS importante. A taxa de RVS encontrada neste estudo foi de 90% (1/10). As RASs encontradas em amostras de pré-tratamento de pacientes com hepatite C circulantes no estado do Pará, foram A30K + A62S (genótipo 3), L31M, R30Q, Y93H (genótipo 1b), o que chama atenção para um possível aumento da resistência a alguns DAA utilizados no tratamento do HCV. Este estudo destacou que a taxa de RVS na rotina clínica no Brasil foi semelhante aos ensaios clínicos randomizados.