Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Mesquita, Deisiane da Silva |
Orientador(a): |
Justino, Maria Cleonice Aguiar |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://patua.iec.gov.br/handle/iec/4704
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Resumo: |
A Síndrome Mão-pé-boca (SMPB) consiste em uma doença de etiologia viral altamente contagiosa, causada pelo Enterovírus A71, Coxsackievirus e Echovírus. A doença é caracterizada por estado febril e acompanhada por erupção eritematosa papulo-vesicular, de ocorrência predominante em crianças menores de cinco anos de idade, mas podendo acometer também adolescentes e adultos. A erupção localiza-se, principalmente, nas mãos, nos pés e na mucosa oral podendo ocasionar ulceras muito dolorosas que podem dificultar a ingesta de líquidos e alimentos. O diagnóstico é realizado principalmente por meio de isolamento viral nas fezes, porém análises moleculares em swabs obtidos de orofaringe e de lesões de pele permitem a identificação RNA viral dos enterovírus envolvidos. De uma maneira geral, a doença evolui de forma benigna e autolimitada em poucas semanas, porém há relatos na literatura de complicações envolvendo o sistema neurológico e cardiovascular. Na Ásia e nos EUA a doença é de notificação compulsória permitindo o monitoramento das manifestações clínicas e genótipos virais circulantes. No Brasil, apenas surtos extensos suscitam ações de vigilância epidemiológica, não sendo possível estimar o impacto e o perfil da doença no País. O objetivo deste trabalho foi descrever os aspectos clínicos e epidemiológicos de pacientes com sintomas de SMPB que procuram o Setor de Atendimento Médico Unificado (SOAMU) do Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará, por meio de estudo observacional, prospectivo e longitudinal, realizado no período de janeiro de 2019 a fevereiro de 2020, e seguimento dos participantes até a resolução dos sintomas após a realização de pelo menos três consultas ambulatoriais em intervalos regulares. Foram obtidas amostras de fezes, swab de orofaringe, swab de pele e amostra de sangue para detecção dos enterovirus por meio de isolamento viral e RT-PCR, respectivamente, realizados na Seção de Virologia. Foram incluídos na pesquisa 92 participantes, dos quais 81% (75/92) apresentou confirmação laboratorial da doença. A maioria pertencia ao sexo masculino (53%), da raça parda (66%), faixa etária compreendida entre zero a cinco anos (69%) com predomínio de casos nos meses de maio a julho. As manifestações clínicas predominantes corresponderam à presença de febre (91%), lesões do tipo vesicobolhosas em mãos e pés (68%), ulceras orais (55%) e irritabilidade (67%). Descamação da pele foi observada em 91% dos participantes cerca de 11 dias após início da doença com duração média de 17 dias. Onicomadese ocorreu em 37% dos casos cerca de 20 dias após início dos sintomas com duração média de 22 dias. A presente pesquisa, inédita na região Norte, joga luz sobre as manifestações clínicas tardias da SMPB, pouco difundidas na comunidade médica pediátrica e dermatológica, ressaltando a importância do seguimento ambulatorial desses pacientes por período que ultrapasse o desaparecimento das lesões de pele. A genotipagem dos enterovírus detectados na pesquisa ainda não foi concluída em virtude da prioridade para realização de análises voltadas ao diagnóstico laboratorial do novo coronavírus, uma vez que a Seção de Virologia figura como Laboratório Nacional de Referência para Vigilância de Vírus Respiratórios. |