Exposição ambiental a chumbo (Pb) em duas comunidades de Barcarena, estado do Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Queiroz, Thaís Karolina Lisboa de
Orientador(a): Lima, Marcelo de Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/4420
Resumo: Na Amazônia, desde a década de 70, as atividades minerais, industriais, portuárias, vêm interferindo na qualidade dos recursos hídricos e no modo de vida da população local. Na Cidade de Barcarena, Estado do Pará, existe uma área industrial onde ocorrem processos de transformação mineral e consequente lançamento de efluentes e emissão de particulados atmosféricos, ambos podendo conter metais tóxicos, como o chumbo (Pb), elemento conhecido pelo seu efeito bioacumulativo no organismo humano e ainda serem poucos conhecidos os estudos acerca dos seus efeitos adversos na saúde de populações ambientalmente expostas a poluentes próximo de áreas industriais na Amazônia. Para avaliar a exposição ao Pb em dois distritos na Cidade de Barcarena, Norte do Brasil, em 2012 foram aplicados formulários epidemiológicos e realizadas amostragens de sangue e tecido capilar para quantificação dos níveis de Pb por espectrometria de massas com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS). O estudo foi do tipo seccional e envolveu os indivíduos que residem no Bairro Dom Manuel (DMN) (N=45), espacialmente rodeado por empresas de processamento e armazenamento de petcoke, sinterização de manganês (Mn) e beneficiamento de caulim, e o Bairro Laranjal (CLA) (N=305), distante cerca de 10 km de DMN, escolhido na época como grupo controle por estar longe de indústrias. Os níveis médios de Pb no sangue (Pb-S) nos indivíduos em DMN foi de 281,60 µg.L-1 (DP±120,90), cerca de 9 vezes maior que em CLA com níveis médios de 32,77 µg.L-1 (DP±26,85). O teste de Kruskall Wallis mostrou uma diferença estatística significativa entre as populações avaliadas, com valor de p=0,00. Para os níveis médios de Pb no tecido capilar, em DMN foi 2,02 mg.kg-1 (DP±1,87) e em CLA foi ligeiramente superior a DMN com 2,61 mg.kg-1 (DP±3,29). Não houve diferença estatística significativa entre os níveis de Pb no tecido capilar para os distritos de DMN e CLA, apresentando valor de p=0,57. Os resultados evidenciaram a primeira comunidade ambientalmente exposta a Pb na Amazônia.