Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Monteiro, Talita Antonia Furtado |
Orientador(a): |
Sousa, Rita Catarina Medeiros |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://patua.iec.gov.br/handle/iec/4717
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Resumo: |
O vírus Epstein Barr (EBV) é um membro da família Herpesviridae, subfamília Gammaherpesvirinae, gênero Lymphocryptovirus. O EBV tem tropismo por linfócitos B e células epiteliais e pode coexistir na forma latente e replicativa. Dois tipos de vírus Epstein Barr (EBV1 / EBV2) infectam humanos. Este estudo teve como objetivo detectar e caracterizar os genes EBNA3C e EBNA1 em casos de mononucleose infecciosa (MI) da região metropolitana de Belém/Pará/Brasil, período de 2005-2016, como também realizar analises hepáticas envolvendo aspartato amino transferase, alanina amino transferase e gama-glutamil transferase. Um total de 8.295 casos com sintomas sugestivos/suspeitos de MI foram investigados pelo Serviço de Saúde do Instituto Evandro Chagas, sendo que 251 (3,0%) casos com resultado positivo pelo ensaio imune enzimático foram submetidos a PCR para a região EBNA3C com a finalidade de detectar ambos os tipos de EBV. Os mesmos foram identificados em 30,3% (76/251) dos indivíduos, sendo 71,1% (54/76) classificados como EBV1, 17,1% (13/76) como EBV2 e 11,8% (9/76) como coinfecção EBV1+EBV2. Os principais sintomas/sinais clínicos observados nas infecções por EBV1 foram: linfadenopatia cervical (64,8%, 35/54), febre (63%, 34/54), dor de cabeça (20,4%, 11/54), artralgia (20,4%, 11/54) e exantema (18,5%, 10/54). No caso do EBV2 foi febre (76,9%, 10/13), com duração média de 18 dias, e linfadenopatia (69,2%, 9/13). Com relação as coinfecções EBV1+EBV2 incluíram febre (66,7%, 6/9) e linfadenopatia cervical e cefaleia (33,3% -3/9). A infecção pelo EBV1 foi observada em todas as faixas etárias, para o EBV2 houve exceção para dois grupos etários. Em contraste, as coinfecções de EBV1+EBV2 foram mais frequentes no grupo de indivíduos 5 anos (20,0%, 2/10). A média dos valores hepáticos segundo o tipo de EBV foi estatisticamente significante (p <0,05) na infecção por EBV1 em maiores de 14 anos. A detecção do gene EBNA1 ocorreu em 28 (11,1%) cepas utilizando-se o Nested PCR. Por sequenciamento analisou-se 26 dessas cepas que foram editadas e comparadas com do protótipo B95- 8 (GenBank V01555.2) e MK540312. A análise filogenética identificou duas variantes de EBNA1: P-ala com taxa de 23,1% (6/26) e V-Leu em 19,2% (5/26). As sub-variantes mais frequentes foram a V-LeuAg em 30,8% (8/26), P-Thr’ em 11,5% (3/26), P-ala’ em 7,7% (2/26) e V-alaiii em 7,7% (2/26). Quanto a procedência dos casos sequenciados, nas cepas provenientes de Belém (76,9%- 20/26) foi verificada a presença de todos os tipos de EBNA1: P-ala e V-leu em 20% (4/20) cada; V-LeuAg em 30,0% (6/20), P- Thr’ em 15%, (3/20); P-ala’ em 10% (2/20); e V-alaiii em 5% (1/20). Quando ao gene EBNA1, das 26 cepas de MI, seis (23,1%) exibiram alinhamento idêntico a sequência protótipo B95-8, sendo que com as demais foram observadas no total 17 alterações aminoacidicas. A determinação dos tipos de EBV e identificação genética do EBNA1 no presente estudo permitiu distinguir pela primeira vez a epidemiologia molecular e a circulação desses agentes virais com destaque por sua característica de persistência viral nos espécimes clínicos de linfócitos identificados nas cepas de MI procedentes de indivíduos do norte do Brasil. |