Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Farias, Emmerson Carlos Franco de |
Orientador(a): |
Costa, Igor Brasil |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://patua.iec.gov.br/handle/iec/4412
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Resumo: |
Estima-se que o Epstein-Barr Vírus (EBV), infecta 90-95% da população adulta mundial, produzindo infecção aguda e crônica, usualmente com as alterações clínicas e laboratoriais típicas, as quais consistem em febre, faringite, linfadenomegalia, mal estar e linfocitose atípica, sendo rara a ocorrência de complicações graves e formas atípicas, entretanto pouco se sabe sobre a apresentação clínica e até mesmo sorológica da infecção, em menores de 10 anos. Devido seu pleomorfismo clínico e potencial oncogênico, surgiu a necessidade em determinar o perfil clínico- epidemiológico de crianças e adolescentes atendidos no Setor de Atendimento Médico Unificado (SOAMU) do Instituto Evandro Chagas (IEC). Portanto realizou-se um estudo observacional, tipo série de casos longitudinais. A amostra recrutada dos prontuários eletrônicos dos pacientes atendidos no SOAMU, no período de julho de 2016 a junho de 2018, com os critérios de inclusão: pacientes com idade menor que 18 anos; IgM positiva para EBV e imunocompetentes, sendo dividido em dois grupos, não expostos e expostos, denominados de manifestações clínicas típicas e atípicas, respectivamente. Entre os 165 pacientes incluídos, 91(55,1%) eram do sexo masculino e 74(44,9%) do sexo feminino. A faixa etária de maior frequência foi adolescentes 54(32,7%). A forma de apresentação clínica mais frequente foi a forma sintomática com 112 casos (67,9%), com p=0,011. Em relação aos sinais e sintomas clínicos, a maior frequência foi de febre com 126 casos (18,3%), linfadenomegalia 108(15,7%) e palidez 50(7,3%). O tempo médio de uso de agentes antimicrobianos na amostra foi de 11,9 dias, nos casos atípicos foi de 13,5 e no grupo típico a média foi de 8,7, com p<0,0001. A duração média da febre, nos casos atípicos foi de 53,8 dias e no grupo típico, a média foi de 23,5(p=0,05). Coinfecção ocorreu no grupo típico e atípico, respectivamente: 7(7,2%) e 8(8,7%) para toxoplasmose, 2(2%) e 3(3,3%) para citomegaloviroses, 1(1%) e 3(3,3%) para doença de Chagas. Em relação aos valores séricos de IgM anti-citomegalovirose e anti-toxoplasmose positivo dos pacientes do grupo típico e atípico, respectivamente: média de 4 e 1,865 UA/mL e média de 5,09 e 6,46 UA/mL, com associação entre os grupos (p<0,0001). Em relação aos exames laboratoriais inespecíficos tanto hemograma completo como TGO, TGP, PCR e VHS apresentaram diferenças de entre as amostras típicas e atípicas, com p<0,0001. Linfocitose, eosinofilia, leucopenia e neutropenia e plaquetopenia foram os principais achados. Após regressão logística binária, a forma clínica com múltiplos sintomas foi o principal fator de risco associado a manifestações clínicas atípicas, com OR 2,287 (IC95%:1,052-4,971; p=0,037). Na população do presente estudo, a infecção aguda por EBV afeta com maior frequência adolescentes do sexo masculino, procedentes de grandes aglomerados urbanos, como forma de apresentação clínica com múltiplos sinais e sintomas, entre os quais febre, linfadenopatia e palidez ocorreram com maior frequência. A infecção aguda atípica causada por EVB teve incidência de 47,3% e sendo o principal fator de risco a forma clínica com múltiplos sinais e sintomas. |