O fenômeno informacional indígena na contemporaneidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Mello, Rodrigo Piquet Saboia de lattes
Orientador(a): Pimenta, Ricardo Medeiros lattes
Banca de defesa: Pinheiro, Lena Vania Ribeiro lattes, Souza, Rosali Fernandez de lattes, Prado, Geraldo Moreira lattes, Fernandes, Geni Chaves lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia/Universidade Federal do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
Departamento: Escola de Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://ridi.ibict.br/handle/123456789/1008
Resumo: O tema desta pesquisa é a informação produzida sobre e pelos povos indígenas. Esta tese de doutoramento realiza um estudo acerca do intitulado fenômeno informacional indígena, conceito novo criado neste percurso acadêmico. Percorrendo o contexto histórico de enfrentamentos que passaram os povos indígenas na história até se chegar à memória e aos saberes sujeitados, o trabalho produz uma investigação de como indígenas, antes alijados dos centros hegemônicos informacionais, emergiram e começaram a reinventar práticas, tecnologias e processos de documentação. Foi possível vislumbrar as sendas percorridas pela documentação de natureza etnológica: em um primeiro momento, foi produzida uma série de documentos pelo Estado brasileiro com o objetivo de controlar e vigiar áreas em que habitavam os povos indígenas; já em um segundo momento, os povos indígenas adquirem uma autonomização informacional, por meio da constituição de seus próprios centros de documentação. Cabe também lembrar a importância que foi a constituição das assembleias indígenas ainda durante a Ditadura Militar brasileira e o movimento de reivindicação e emancipação dos povos indígenas, capitaneada pelo indígena Xavánte Mário Juruna. Neste ínterim, são postos em execução os projetos de documentação da UNESCO, numa teia de negociação que envolve atores como o terceiro setor, universidades, organismos internacionais, o Estado brasileiro e os próprios povos indígenas. A informação, neste panorama, é reapropriada pelos povos indígenas que a transforma em um instrumento de luta por melhores condições de vida, como a garantia das terras indígenas. Por fim, é possível afirmar que o fenômeno informacional indígena é uma emergência única no contexto histórico presente e que o manejar das novas tecnologias de informação e comunicação, o fomento aos centros de documentação indígena e uma maior democratização dos repositórios indigenistas sob o domínio do Estado brasileiro representam um caminho positivo pela reafirmação étnica de povos indígenas, assim como pelo avançar democrático da sociedade brasileira.