Diferenças de gênero na apropriação das Tecnologias de Informação e Comunicação: um olhar a partir do ambiente do ensino médio do Colégio Pedro II

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santos, Nádia Bernuci dos lattes
Orientador(a): Olinto, Gilda lattes
Banca de defesa: Dantas, Regina Maria Macedo Costa lattes, Sugahara, Sonoe lattes, Mallmann, Patrícia lattes, Marteleto, Regina lattes, Bezerra, Arthur Coelho lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia/Universidade Federal do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
Departamento: Escola de Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://ridi.ibict.br/handle/123456789/1017
Resumo: Investiga as diferenças de gênero no uso e apropriação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), considerando que preferências e padrões de comportamento em relação à tecnologia são influenciados por processos de socialização, identidade e competências desde a infância. A chamada Sociedade da Informação tem problemas históricos e culturais de acesso e participação feminina, principalmente nos domínios de produção e gerenciamento. Esse padrão está ancorado no debate crítico sobre a mulher na ciência e tecnologia. Apresenta-se, então, a perspectiva feminista da C&T, em suas principais linhas de pensamento a saber: história da ciência e feminismos radical (ou ecofeminista), socialista e liberal. A construção mútua de tecnologia e de gênero é considerada para tratar dos ambientes formados por redes sociotécnicas, onde surgem desigualdades e conflitos pela impressão simbólica e identitária de gênero nas TIC. Nesse sentido, as mulheres têm baixa participação na produção dos produtos tecnológicos, não se vendo representadas e nem verem seus valores e expectativas neles. Para levantar a experiência feminina no uso das TIC, um dos recursos da Ciência da informação se dá na área de estudos de usos e usuários da informação, especialmente a abordagem sense-making, que ilumina o sentido dado por usuárias(os) de sistemas de informação diante de uma situação, problema ou necessidade. Em seguida, apresenta a ideia de divisão digital de gênero, ou seja, os aspectos da exclusão digital das mulheres e de que forma se manifestam no contexto brasileiro. Para além do acesso às TIC (e da Internet), buscou-se questionar as experiências diferenciadas entre mulheres e homens que alteram as oportunidades e desafios de acordo com gênero. Pelo conceito de Alfabetização Midiática e Informacional (Ou Media and Information Literacy), busca compreender os impactos das habilidades e competências no uso das TIC para a transformação ou reforço das desigualdades de gênero. Com o levantamento da prática ciberfeminista ou ativismo feminista na era digital, identifica a inserção da Internet no movimento feminista brasileiro. A pesquisa empírica se deu no ambiente escolar do Colégio Pedro II; um ambiente multicultural e socioeconomicamente plural. A partir da observação em uma oficina de programação para mulheres (Rails Girls), identifica algumas questões sobre construção de competência técnica no desenvolvimento de sistemas de informação e o domínio masculino na área de Tecnologia de Informação. Com essa inspiração, os instrumentos de pesquisa no Colégio Pedro II, foram: entrevistas semi-estruturadas com professores (de ambos os sexos) de diferentes disciplinas e alunos (de ambos os sexos) do 2º e 3º ano do Ensino Médio, fase escolar de decisão de carreiras profissionais a seguir; e observação e registro de elementos do ambiente físico sobre as questões propostas. Destaca, na análise dos dados, que a divisão digital de gênero se dá pelas diferentes experiências de aprendizagem das TIC; sustenta que as discriminações de gênero impactam na percepção das competências e nas escolhas de carreira; e ilustra os movimentos da comunidade escolar em buscar representações em termos de gênero, raça e classe e combater assédios e violências de gênero.