Uma Arqueologia do Discurso Biobibliográfico: um percurso dos dicionários biográficos da renascença às plataformas biobibliográficas contemporâneas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Mata, Diogo Xavier da lattes
Orientador(a): Saldanha, Gustavo Silva lattes
Banca de defesa: Souza, Rosali Fernandez de lattes, Schneider, Marco André Feldman lattes, Silveira, Naira Christofoletti lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação - PPGCI IBICT-UFRJ
Departamento: Escola de Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://ridi.ibict.br/handle/123456789/1312
Resumo: A pesquisa se dá no âmbito das fontes de informação biobibliográficas, mais propriamente no contexto do discurso biobibliográfico, entendido como um conjunto de enunciados dispersos em diversas fontes de informação, e que trazem em seu conteúdo a vida e a obra de um sujeito. O método utilizado é aquele concebido por Michel Foucault, no início de sua pesquisa, chamado Arqueologia do Discurso, ou Arqueologia do Saber. Este procedimento metodológico trata da dispersão dos enunciados, de seu agrupamento em unidades do discurso que possuam uma mesma formação discursiva, ou seja, estuda grupos de enunciados que podem ser reunidos, se respeitarem as mesmas leis de formação. O corpus bibliográfico que será utilizado para fundamentar tal análise é composto por repertórios de autores, dicionários biográficos, Quem é Quem e pelo Currículo Lattes. A exploração arqueológica destas fontes demonstra como o discurso funciona no recorte de um domínio de sujeitos para nomear e dividir classes de sujeitos. Ou seja, a análise do discurso biobibliográfico aponta como é possível o processo de descrição dos indivíduos, para uma classificação. É através deste tipo de enunciação que toma o sujeito como objeto do discurso que se formam classes como “sujeitos ilustres” ou “autores produtivos”. Além disso, é possível analisar as descontinuidades no modo de enunciação do objeto, uma certa mudança de estilo na maneira como o discurso descreve estes indivíduos. Estes efeitos de superfície, facilmente percebidos em uma exploração documental, dão indícios de uma alteração mais profunda na ordem do discurso biobibliográfico, remetem a alterações na configuração epistêmica deste discurso. O resultado apresenta entendimento acerca da história da biobibliografia enquanto formação discursiva. Faz reconhecer sua relação com o saber bibliográfico. E expõe como esse discurso pôde funcionar em diferentes formações. Reconhece-se um trabalho biobibliográfico de longa data. Entende-se que o discurso biobibliográfico não é produto de um processo progressivo da racionalidade, mas de relações discursivas e não discursivas historicamente construídas e que se impõem na ordem do discurso dessa formação.