Na contramão da revolução verde: Associação das Mulheres Agroecológicas do Riachuelo (AMARI) em Jiparaná-RO e a agroecologia como movimento de resistência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Andrade, Cairã Luã Reis de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Rondônia
Fundação Universidade Federal de Rondônia
Brasil
Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas Amazônicos
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://deposita.ibict.br/handle/deposita/609
Resumo: A implementação da chamada Revolução Verde, a partir de meados da década de 1960, resultou no modelo agrícola vigente, designado como agricultura convencional ou industrial, que é definida como sendo de capital intensivo, altamente mecanizado, com produção em larga escala de monoculturas à base de agroquímicos. Este modelo foi implantado no Brasil no período da ditadura civil-militar (1964-1985). Período em que também se levou à cabo o projeto de integração da Amazônia. Com o impulso da agricultura sob o paradigma da Revolução Verde, tomou forma mais definida, o que hoje denominamos como agronegócio. Na contramão desse movimento, a partir da década de 1980, houve uma resposta por meio da ciência agroecológica, que estuda e oferece princípios para uma agricultura sustentável como se observa nas práticas da Associação das Mulheres Agroecológicas do Riachuelo – AMARI, localizado em Ji-ParanáRO, objeto desta pesquisa. O objetivo que move a presente investigação é compreender as razões que levaram as agricultoras desta associação a optarem pela agroecologia, em um estado onde o modelo de agricultura convencional é tão incentivado e, consequentemente, dominante. Tomando como referencial teórico metodológico a história oral e as premissas que embasam a agroecologia, foram realizadas entrevistas com as agricultoras e cotejada bibliografia referente a temática. Assim, foi possível analisar a diversidade de razões que as levam à prática agroecológica, tais como: a promoção da saúde; a possibilidade de resgatar conhecimentos tradicionais e; a preservação dos bens naturais da propriedade, como as fontes hídricas. Há também razões subjetivas, como: a possibilidade de criar vínculos afetivos para com o processo de plantio e a coerência – da lógica agroecológica - para com os princípios éticos que cada agricultora tem para si. Em âmbito geral, a somatória dessas razões fundamenta a resistência deste grupo que pôde construir uma maneira de re-existir no espaço rural.