Repercussões territoriais do turismo no litoral: a perspectiva da população de Imbé – RS
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
Universidade Federal do Rio Grande do Sul Campus Litoral Norte Brasil Programa de Pós Graduação em Dinâmicas Regionais e Desenvolvimento |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.29327/42450508 https://deposita.ibict.br/handle/deposita/702 |
Resumo: | O turismo, para a Organização das Nações Unidas (ONU), é atividade transversal capaz de promover cada um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos para 2030. Em extensão a tal premissa global, essa dissertação tem por objetivo particular compreender as perspectivas da população residente em Imbé-RS quanto à influência do turismo neste município litorâneo partícipe da Aglomeração Urbana do Litoral Norte (AULINOR). O trabalho recorreu a abordagem territorial e multidimensional do desenvolvimento e foi apoiado nos conceitos de territorialidades e de turismo de segundas residências. Como estudo de caso, exploratório e descritivo, envolveu a investigação sobre o processo histórico-cultural de criação e aspectos geográficos do município, por meio de revisão bibliográfica e documental, e a produção de questionário de pesquisa próprio. Esse instrumento de pesquisa, adaptado de survey utilizado em observatório internacional, antes da aplicação domiciliar por amostragem probabilística, foi submetido a avaliação por painel de especialistas e refinado após estudo teste. O trabalho de campo precedeu e sucedeu a alta temporada turística do verão 2023/ 2024, alcançando a amostra representativa de 394 moradores em setores censitários de 18 bairros. A análise de dados qualitativos e quantitativos mostrou que 91,6% dos respondentes tinham idade acima de 35 anos, 74,4% se fixaram em Imbé antes de 2020 e 70,1% foram residentes da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) antes de migrar para Imbé, sendo 55,8% do sexo feminino, 47% aposentados ou pensionistas e apenas 6,9% trabalhadores do turismo. Do total, 76,1% (300/394) são moradores permanentes, e, desses, 89,3% residem em único domicílio (268/300); enquanto 23,9% (94/394), vivem parte do ano em Imbé, e desses, por sua vez, 93,6% (88/94) residem em mais de um domicílio. A maior parte dos entrevistados concorda que o turismo: aumenta o acúmulo de lixo, a poluição sonora e atmosférica (88,8%) ou prejudica o fornecimento de água potável, energia elétrica, sinal de telefonia e internet (62,7%). As principais motivações para morar em Imbé foram a busca de tranquilidade, qualidade de vida, vínculos com amigos, familiares e com a paisagem. E ainda que as atividades sossegadas tenham sido preferidas, os moradores, em sua maioria, almejam por número de visitantes semelhante ao atual, seguidos por quantitativos superiores, nos próximos dez anos. A despeito de interferências ambientais, infraestruturais e econômicas que acompanham o modelo de turismo local, o trabalho conclui que, para os moradores de Imbé, a troca e o compartilhamento do seu espaço vivido com os turistas são considerados motores socioculturais, tendo em vista que uma cidade se faz com gente convivendo com gente: 92,1% concordam que o turismo movimenta e alegra a rotina de vida da população de Imbé. Sendo assim, se residir em cidade balneária é um antídoto para o ritmo de vida metropolitano, e o convívio entre anfitriões e turistas, mesmo que sazonal, funciona como repelente ao ostracismo e à estagnação, em um nível institucional, a fixação de turistas permanentes é oportunidade para transferência de renda que permita investimentos contínuos no município. |