A Problemática da normatividade : convergências e dissonâncias entre Michel Foucault e Georges Canguilhem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Custódio Kachenski, Iverson
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://deposita.ibict.br/handle/deposita/447
Resumo: Esta dissertação visa apontar as articulações entre a arqueologia de Michel Foucault e a epistemologia de Georges Canguilhem no que diz respeito à problemática da normatividade. Nesse sentido, enfatizamos as reflexões de Canguilhem em torno da biologia, considerandoa no âmbito da análise histórica desta ciência e centrada no estudo de seus conceitos, da recorrência e da descontinuidade. Na sequência, percorremos analiticamente estas noções na arqueologia de Michel Foucault, situando-as em outros níveis de problematização, quais sejam, o da percepção, o do olhar médico e o dos saberes. Partimos de alguns textos de Foucault dos anos 60 (História da Loucura, 1961, arqueologia da percepção; O Nascimento da clínica, 1963, arqueologia do olhar; As palavras e as Coisas, 1966, arqueologia do saber), indicando seu distanciamento e suas convergências em relação à epistemologia da biologia de Georges Canguilhem. Para a realização desse intento, consistente em mostrar a presença de uma normatividade na história arqueológica, percorremos as noções de experiência fundamental, olhar médico e episteme, lidas especialmente pela recepção crítica de Roberto Machado – Foucault, a Ciência e o Saber (2007); Vera Portocarrero – As Ciências da Vida: De Canguilhem a Foucault (2009); Márcio Alves da Fonseca- Michel Foucault e o Direito (2012), Guillaume Le Blanc - Canguilhem e as normas (2008) e Pierre Macherey – De Canguilhem à Foucault: A Força das normas (2009). Na última fase deste trabalho, adentraremos na arqueologia da biologia a partir do conceito vida, abordado em As Palavras e as Coisas, buscando confrontá-la com a leitura de Georges Canguilhem sobre o mesmo tema, especialmente em torno da questão do vitalismo. Por fim, passamos ao nível da errância no pensamento de Canguilhem, mostrando suas especificidades ou alterações, sobretudo antes e a partir da publicação do texto das Novas Reflexões, traçando sua relação teórica com Michel Foucault e Friedrich Nietzsche, no que diz respeito ao acaso do acontecimento. Por isso, ressaltamos que a errância faz parte da normatividade vital, assim como o acaso do acontecimento faz parte da normatividade da episteme.