Efeitos da exposição crônica da radiação ultravioleta no sistema visual do caranguejo Neohelice granulata

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Vaz, Valmor Vinicius Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/8172
Resumo: O espectro eletromagnético pode ser dividido em diferentes regiões, cujas características variam de acordo com o comprimento de onda. Deste, a radiação UV compreende uma pequena faixa, que varia de 100 até 400 nm. A ação antropogênica, através da liberação de compostos derivados dos clorofluorcarbonos (CFCs), vem provocando progressivamente a diminuição da camada de ozônio, acarretando no aumento da incidência da radiação UV, principalmente da radiação UVB, sobre a superfície terrestre. A radiação UV pode desencadear diferentes reações fotoquímicas e interações secundárias envolvendo, como por exemplo, a geração de espécies reativas de oxigênio (EROs), além de ativar componentes do sistema imune, desencadeando respostas inflamatórias. O acúmulo de EROs no organismo pode ser prejudicial, pois pode levar a várias formas de modificações celulares, além da geração do estresse oxidativo. Os tecidos podem normalmente se defender contra os danos desencadeados pelas EROs através do uso de mecanismos específicos de redução destas, que podem ser enzimáticos ou não enzimáticos. Entre as enzimas que participam da defesa antioxidante podemos destacar a catalase (CAT) e a glutationa S-transferase (GST). Dos diferentes sistemas animais, o visual, está constantemente exposto à radiação UV. Os efeitos agudos da exposição à radiação UV sobre os tecidos mais expostos têm sido investigados. Entretanto, os efeitos da exposição crônica à radiação UV têm sido investigados com menos intensidade, principalmente no sistema visual. Neste sentido, investigamos os efeitos provocados pela exposição crônica da radiação UVB no sistema visual do caranguejo Neohelice granulata, através de análises bioquímicas e morfológicas na retina e lobo óptico. Os animais foram expostos à uma baixa dose (0,09 J/cm2) de radiação UVB por 1, 15, 30 ou 60 dias, enquanto o grupo controle foi exposto à luz visível pelos mesmos períodos amostrais. Na retina, observamos um aumento na concentração de EROs, na atividade da CAT e na atividade da GST após o primeiro dia de exposição à radiação UVB. Já após 15 dias de exposição, verificamos um aumento dos níveis de ACAP, uma diminuição da atividade da GST e uma diminuição dos níveis de LPO. No entanto, após 30 dias de exposição, nós observamos um aumento na concentração de EROs, uma diminuição dos níveis de ACAP e uma diminuição da atividade da CAT. Já após 60 dias, observamos um aumento dos níveis de ACAP. No lobo óptico, observamos, após o primeiro dia de exposição, um aumento na atividade da GST e uma diminuição dos níveis de LPO. Já com 15 dias de exposição, verificamos uma diminuição na concentração de EROs e um decréscimo na atividade da CAT. Já após 30 dias de exposição, observamos uma diminuição na atividade da CAT após exposição à radiação UVB. No entanto, após 60 dias, verificamos um aumento na concentração de EROs nos animais expostos quando comparados ao grupo controle. Na análise morfológica, observamos alterações após 60 dias de exposição, onde na retina, pudemos constatar um processo inflamatório, através da infiltração de hemócitos nesta região. Já na lobo óptico, observamos, após 60 dias de exposição, uma desorganização nos corpos celulares na medula externa. Sendo assim, podemos concluir que a exposição crônica à baixas doses da radiação UVB altera o status oxidativo do sistema visual do caranguejo N. granulata, porém o sistema de defesa parece estar atuando para proteger os tecidos da LPO desencadeadas pelas EROs. Além disto, mesmo não identificando dano de LPO, podemos verificar um processo inflamatório no sistema visual do N. granulata, o que mostra que existe um processo danoso desencadeado pela exposição crônica à radiação UV.