Aclimatação a alta temperatura altera o comportamento de emersão do caranguejo Neohelice granulata

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Halal, Lamia Marques
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/8195
Resumo: Ambientes costeiros apresentam flutuações térmicas diárias e sazonais. Tendo em vista que a temperatura influencia diversos processos fisiológicos, os animais devem evitar situações de estresse térmico. A temperatura dos animais heterotérmicos oscila de acordo com as alterações térmicas ambientais, e esses animais precisam evitar que sua temperatura corpórea chegue à faixa de temperaturas criticas, prejudicando seus processos homeostáticos. Contudo, para avaliar o limite térmico de um animal, é necessário levar em consideração sua história térmica, bem como a temperatura que ele foi aclimatado/aclimatizado, pois os limites térmicos podem variar de um individuo para outro dentro da mesma espécie. Muitos animais evadem de ambientes onde vivenciam estresse térmico, deslocando-se em direção a ambientes onde a temperatura é favorável para a manutenção da homeostasia. Diante do exposto, o intuito inicial desse trabalho foi avaliar se o comportamento de emersão e a temperatura de aclimatação são capazes de aumentar a tolerância e a resistência ao aumento de temperatura de caranguejos semiterrestres, como Neohelice granulata. Além disso, verificamos se o aumento da temperatura e o processo de aclimatação térmica alteram o comportamento de emersão desse animal. Para tanto, estimamos a temperatura letal para 50% da população (TL50) de N. granulata através de curvas de mortalidade. Animais aclimatados a 20°C e 30°C foram submetidos a altas temperaturas totalmente submersos ou com a possibilidade de emersão, onde a temperatura do ar estava próxima, ou bem mais baixa do que a temperatura da água. A mortalidade foi verificada a cada 2 horas por 96 horas. Monitoramos a movimentação de N. granulata aclimatados a 20°C e 30°C em 3 zonas (aérea, intermediária e aquática). A aclimatação a uma temperatura mais alta aumentou a tolerância e resistência de N. granulata e o comportamento de emersão permitiu que esses caranguejos sobrevivessem a temperaturas mais altas. A aclimatação à alta temperatura concomitante a possibilidade de emergir aumentou ainda mais a tolerância e resistência desses caranguejos ao estresse térmico. Quando N. granulata aclimatados a 20°C tiveram a possibilidade de emergir da água com temperatura mais elevada, eles permaneceram por mais tempo no ambiente aéreo independente se a temperatura estava mais baixa ou próxima à temperatura da água, e permaneceram por um longo período na zona aérea e evitaram o contato com a água. Todos os animais aclimatados a 30°C permaneceram predominantemente no ambiente aéreo. No entanto, os animais do controle 30°C e os animais submetidos à água a 35°C com a possibilidade de emergir para o ar quente transitaram mais entre a água e a zona aérea, permanecendo menos tempo na zona aérea quente a cada emersão do que os animais que poderiam emergir para o ambiente aéreo fresco. Concluimos assim, que a aclimatação térmica e o comportamento de emersão foram capazes de aumentar a tolerância dos animais para altas temperaturas e que o comportamento de emersão é alterado pela alta temperatura.