Efeito da exposição ao cobre sobre o estado metabólico do siri-azul Callinectes sapidus submetido ao choque hiposmótico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Menezes, Eliana Jaime de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/8167
Resumo: Os estuários são ambientes considerados difíceis para a vida aquática, pois apresentam uma série de variações ambientais que exigem adaptações dos animais para sobrevivência. Eles estão localizados em regiões costeiras e, devido às suas características geomorfológicas, podem ser considerados como receptores de uma variedade de substâncias químicas provenientes de processos naturais, tais como os sistemas terrestre, atmosférico e oceânico, bem como das ações antrópicas, tais como despejo de esgoto, mineração, indústrias de fertilizantes e atividades portuárias. Os contaminantes metálicos, incluindo o cobre, podem provocar alterações em diversos processos metabólicos e fisiológicos nos animais, dependendo da concentração em que se encontram e da salinidade ambiental. O cobre é um micronutriente que está entre os diversos metais essenciais para os organismos aquáticos, sendo importante na atividade e na constituição de várias proteínas. Por este motivo, o objetivo do presente estudo foi o de avaliar se a exposição ao cobre afeta o metabolismo do siri-azul Callinectes sapidus em diferentes condições osmóticas. Exemplares machos de C. sapidus foram coletados no estuário da Lagoa dos Patos e aclimatados em duas salinidades diferentes (30 e 2). Após, os animais foram submetidos à exposição de 1µM de cobre por 96h em suas respectivas salinidades de aclimatação e também em uma condição de choque hiposmótico (animais aclimatados na salinidade 30 transferidos abruptamente para a salinidade de 2). Foram analisado o consumo de oxigênio total e branquial, atividade das enzimas lactato desidrogenase (LDH) e citrato sintase branquial e quantificação de glicose, lactato e oxihemocianina na hemolinfa dos animais experimentais. O estudo demonstrou que baixas salinidades aumentam o consumo de oxigênio global, assim como, a exposição ao cobre. Esse metal praticamente não apresentou efeitos nos parâmetros hemolinfáticos analisados. Contudo, o cobre teve um efeito nas atividades enzimáticas nas brânquias dos animais submetidos ao choque hiposmótico. A atividade da LDH diminuiu ao passo que a atividade da citrato sintase aumentou em relação ao controle. Portanto, podemos concluir que a concentração de cobre empregada (1µM) 5 afeta o metabolismo de C. sapidus, aumentando o consumo de oxigênio e o metabolismo aeróbico branquial e, inibindo o metabolismo anaeróbico branquial. Essa situação indica um estresse extra às mudanças osmóticas ambientais e sugerem que as enzimas LDH e citrato sintase podem ser indicadores sensíveis para estudos toxicológicos aquáticos envolvendo o cobre.