O universo simbólico dos surdos e sua inserção no contexto da organização formal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Farias, Marcos André Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/9459
Resumo: Inclusão é um tema recorrente na sociedade civil, e como parte integrante desta, das organizações empresariais. Em sentido restrito, a inclusão de surdos na força de trabalho tem uma característica peculiar: o desafio da comunicação, presente em toda a vida do surdo e agora revivida no contexto dessa organização. A luta do surdo por reconhecimento e pela sua valorização identitária através de seus artefatos culturais, do qual a língua de sinais é marca principal, adentra então aos muros da empresa, onde a questão comunicativa representa a necessidade de adaptação. A teoria da Administração devota à comunicação um papel de destaque para a consecução de seus fins, mediada pela racionalidade objetiva do cosmos corporativo. Essa problemática, então, leva a examinar como são conduzidas essas questões, para que se crie um ambiente intersubjetivo, onde essa luta por reconhecimento é exitosa, e representa de fato um cenário pleno de inclusão do sujeito surdo. Considerando as abordagens filosófica e metodológica de que trata a fenomenologia social, sobretudo em Albert Schutz, o estudo buscou a compreensão deste fenômeno em suas essências, por meio de entrevistas com surdos e ouvintes que partilham o ambiente de trabalho numa organização industrial. O fenômeno foi analisado segundo o fio condutor da comunicação, problemática central, conectado com outros temas, sobretudo racionalidade, inclusão e reconhecimento do surdo como diferença, e não deficiência. O método fenomenológico se apresenta como uma abordagem compreensiva, explicativa e intuitiva, onde o mundo vivido do participante (mundo-da-vida ou lebenswelt) é protagonista, e exige do pesquisador os movimentos de imersão nesse mundo e emersão, buscando referências que completem seu entendimento. Após a análise do material colhido, foi possível a revelação do fenômeno, cujas essências centrais foram: a apresentação ao surdo ao contexto de racionalidade objetiva da organização; a mudança de percepção do ouvinte em relação ao surdo; a zona de conforto do ouvinte, induzida pela racionalidade; a necessidade de aceitação do surdo na organização social; o intercâmbio cultural como forma de comunicação voltada à intersubjetividade; e o trabalho como bandeira de igualdade para o surdo. O estudo se apresenta como uma proposta de aprofundamento da temática dos surdos no campo da Administração, onde ainda é pouco explorada, e seu caráter aberto pode empreender futuros estudos em diversas correntes, como Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho, Teorias Organizacionais; Análise Organizacional e Psicologia Organizacional.