Ocorrência de aflatoxinas B1 e M1 em leite em pó e UAT consumido em Cabo Verde e região sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Gonçalves, Keven David Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/8434
Resumo: As aflatoxinas compõem uma importante classe de micotoxinas, devido a sua presença e magnitude de contaminação em alimentos destinados ao consumo humano e animal. A partir da observação de que mamíferos que consomem ração contaminada com AFLAB1 (aflatoxinas B1) podem excretar AFLAM1 (aflatoxinas M1) em seu leite, faz-se necessário o desenvolvimento de métodos seguros e confiáveis para análise e controle deste contaminante. Neste trabalho foi validado um método para análise de AFLAM1e AFLAB1 em leite UAT (ultra alta temperatura) integral, desnatado, semi desnatado, em pó e para uso infantil, comercializados em Rio Grande – RS (Brasil) e na Cidade de Assomada (Cabo Verde), baseado no método de QuEChERS e CLAE – FD (cromatografia líquida de alta eficiência com detecção de fluorescência). Para quantificar os níveis de aflatoxinas nas amostras usou-se uma curva de calibração na matriz, onde o e feito da matriz foi 61% e 96% para AFLAM1 e AFLAB1, respectivamente. Os LDm e LQm (limite de detecção e quantificação do método) foram 0,013 e 0,043 ng mL-1 para AFLAM1, 0,06 e 0,10 ng mL-1 para AFLAB1, respectivamente. Os valores de recuperação para o método de extração das aflatoxinas foram de 100 - 105%, para AFLAM1 e 89 - 120% para AFLAB1. Em seguida ao desenvolvimento e validação do método analítico, foi realizado um estudo de ocorrência de aflatoxinas em amostras de leite fluido e de leite em pó. Um total de 112 amostras de diferentes marcas foram coletadas, sendo que as amostras de Rio grande – R S ( Brasil) foram 26 amostras de leite UAT integral, 11 de leite desnatado, 12 de leite semidesnatado, 10 de leite em pó integral, 3 de leite em pó para uso infantil e 50 amostras de leite em pó integral, de três marcas diferentes oriundas da cidade de Assomada (Cabo Verde).Nas amostras de leites comercializadas na cidade de Rio Grande (RS), foi encontrada contaminação por AFLAM1 em 68% das amostras em uma faixa de 0,04 – 3,67 ng mL-1, onde 42% destas amostras excederam o LMT pelo Brasil (0,5 ng mL-1). Para AFLAB1 verificou-se uma contaminação em 24% das amostras em uma faixa de concentração de 0,1 – 0,6 ng mL-1. Para as 50 amostras de leites em pó comercializadas em Cabo Verde os níveis de AFLAM1 determinados foram na faixa de 0,24 – 20,3 μg kg-1, onde 12% da marca I, 38% da marca II, e 83% da marca III, excederam o LMT pela ANVISA. O nível de ingestão diária estimado foi de 1,7 ng kg-1 pc-1 dia-1 e 0,6 ng kg-1 pc-1 dia-1 para AFLAM1 e AFLAB1, nas amostras de leite cidade de Rio Grande (RS), enquanto que nas amostras de leite da cidade de Assomada (Cabo Verde) foi de 2,4 ng kg-1 pc-1 dia-1 para AFLAM1. Conclui-se que o método validado foi adequado para determinação da ocorrência das micotoxinas nas diferentes amostras e que a incidência de AFLAM1 no leite consumido nas duas regiões é alto, merecendo uma atenção das autoridades locais.