Ecologia alimentar da ave herbívora Chauna torquata no Taim, sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Luz, Xenya Bernardes Garcia da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/7618
Resumo: Os herbívoros constituem um dos principais condutores da formação e funcionamento dos ecossistemas terrestres. Nas últimas décadas tem sido comprovado que os grandes herbívoros podem exercer efeitos diretos e indiretos sobre a vegetação, afetando a estrutura, composição e diversidade de espécies das comunidades vegetais. Influenciam na produtividade primária e no transporte de matéria e energia e na consequente conexão entre ecossistemas. O uso de isótopos estáveis (δ 13C e δ 15N) em modelos de mistura permite a determinação da contribuição de diferentes fontes de alimento à dieta de consumidores. Esse método, principalmente quando associado a abordagens convencionais, constitui-se numa ferramenta poderosa para estudos de ecologia alimentar e, recentemente, tem sido utilizado para fornecer uma visão mais unificada das relações tróficas. Neste estudo foi aplicado o modelo de mistura isotópica associado à análise micro-histológica de fragmentos vegetais em fezes, para avaliar a ecologia alimentar de Chauna torquata (tachã). A dieta assimilada em duas escalas temporais foi investigada através da análise de isótopos estáveis no soro e células vermelhas, componentes do sangue com taxas de renovação distintas. Os valores de δ 13C e δ15N nos tecidos de tachã não apresentaram diferenças significativas entre o inverno e o verão, sugerindo uma alimentação similar ao longo do ano. Pela análise isotópica uma representante das ciperáceas foi o item com maior contribuição à dieta da espécie. As análises fecais sugerem um comportamento mais generalista quanto à escolha alimentar, apontando o consumo de ao menos 19 espécies vegetais e com as gramíneas apresentando a maior riqueza específica. Ambos os métodos comprovaram a preferência por plantas de maior valor nutricional, com rota fotossintética do tipo C3 e um consumo equitativo entre o grupo de plantas aquáticas e terrestres. Este trabalho representa a primeira análise detalhada da ecologia trófica de C. torquata nos ambientes aquáticos e terrestres adjacentes.