Variações espaciais e temporais na estrutura trófica e uso de recursos alimentares de anuros em ambientes costeiros subtropicais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Huckembeck, Sônia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/8590
Resumo: Estudos abordando a ecologia trófica de anfíbios são de extrema importância para o entendimento da dinâmica dos sistemas ecológicos, pois estes desempenham um papel importante no fluxo de energia entre habitats. Dentre os tópicos ainda pouco compreendidos sobre a ecologia trófica de anfíbios estão a partição de recursos alimentares entre espécies e as diferenças na estrutura trófica de assembléias de anuros em ambientes distintos. O presente trabalho investiga essas questões a partir da análise da ecologia trófica dos anuros em dois habitats costeiros da região subtropical do Brasil. Para isso foram utilizados os métodos de análise de conteúdo estomacal e análise de isótopos estáveis de carbono (δ 13C) e nitrogênio (δ 15N), em conjunto com informações sobre a disponibilidade de presas, uso de micro-habitats e medidas morfológicas (SVL, comprimento total do corpo e MW, largura da boca). No primeiro capítulo foram testadas duas hipóteses: (1) o anuro com maior SVL e MW, e com capacidade de usar de maneira mais ampla os micro-habitats teria uma dieta mais diversificada e (2) a diversidade da dieta de Pseudis minuta e Scinax squalirostris seria maior durante um período quente/seco, comparado a um período frio/chuvoso. Os resultados mostraram que os dois hilídeos não utilizaram os mesmos recursos alimentares devido às suas diferenças morfológicas e no uso de microhabitats. A segunda hipótese não foi corroborada pelos resultados, pois a sazonalidade não influenciou a estratégia de alimentação dos dois anuros. No segundo capítulo, a hipótese testada foi que as características contrastantes de ambientes de banhado e dunas, especialmente em relação a produtividade primária, resultaria em diferenças na estrutura trófica e no uso de recursos alimentares pelas assembleias de anuros. Os resultados mostraram que há uma tendência de maior diversidade na estrutura basal (i.e. número de fontes autotróficas contribuindo com nutrientes aos anuros) e vertical (i.e segregação de nichos tróficos ao longo da cadeia alimentar) nas dunas do que no banhado. Além disso, a hipótese sobre maior particionamento de nicho no ambiente menos produtivo (dunas) foi corroborada pela menor sobreposição de nichos tróficos entre os anuros nessa região.