Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Marinho, Julio Cesar Bresolin |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.furg.br/handle/1/8328
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Resumo: |
Essa tese insere-se na área de Educação em Ciências, no campo de estudo da Educação em Saúde (ES), tendo seu ponto de partida as evidências que, dentre as muitas formas de trabalho com a ES, uma característica marcante reside na acentuada repetição de instruções, estipulação de regras e coerção dos sujeitos para que ocorra uma mudança eficiente de comportamento. Acreditamos que essa forma dificilmente proporciona compreensão das ações, bem como acaba por não possibilitar o entendimento do porquê de determinados comportamentos em prol da sua saúde. Esse ponto de partida serviu como motivação para compreendermos por que mesmo com os avanços na área da saúde e o aumento nas informações disponibilizadas, em fontes diversas, os índices de cuidado em relação à saúde do adolescente não são animadores. Focamos na adolescência, pois configura-se como um período em que o sujeito está vulnerável a riscos de saúde ou mesmo à sua própria vida. Tal público também têm a possibilidade de possuir um pensamento formal, o qual permitiria a realização de julgamentos morais com base em princípios e valores. A aposta teórica centrou-se nos estudos da moralidade, em uma perspectiva construtivista. O objetivo principal procurou compreender como ocorre a imbricação da moralidade com a saúde a partir da percepção de adolescentes sobre seus cuidados com a saúde em dois contextos geográficos distintos. A metodologia da pesquisa é qualitativa e o método configurou-se em um Estudo de Caso múltiplo. Como técnica para produção dos dados apostamos na realização de grupos focais e como instrumentos de pesquisa optamos pela utilização de dilemas morais. Realizamos 5 grupos focais com aproximadamente 10 adolescentes (entre 14 e 18 anos de idade) em dois contextos geográficos distintos: adolescentes cabo-verdianos da Cidade da Praia, Ilha de Santiago; adolescentes brasileiros do município de Uruguaiana, RS. Nesses grupos, os adolescentes foram expostos a situações hipotéticas de conflito relacionadas com saúde, inspiradas nos dilemas morais de Kohlberg, nos quais se posicionaram e explicaram como agiriam se estivessem em tal situação. Os dilemas morais abordaram os seguintes enfoques em relação à saúde: prevenção de acidentes no trânsito; realização de atividades físicas regulares; cuidados com a saúde oral; hábitos nutricionais adequados; práticas sexuais responsáveis e seguras; consumo de cigarros, álcool/drogas e anabolizantes. Os grupos foram filmados e transcritos para realização das análises utilizando-se a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), pela qual foi possível elaborar um total de 23 discursos. Da análise dos dados, compreendemos que o imbricamento da moralidade com a saúde se dá através da força de vontade que o sujeito apresenta para valorizar a própria vida que tem. Essa força de vontade é constituída pelas representações de si, em especial, o auto-respeito e o valor que se atribui a si mesmo. Assim, com o que evidenciamos nesse trabalho, devemos pensar em ações de ES que se voltem para a construção e consolidação de valores positivos sobre si mesmo como uma forma integradora e significativa de cuidado, a qual pode ser desenvolvida a partir da discussão de dilemas morais de saúde. |