Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Gabriela Simões |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.furg.br/handle/1/10350
|
Resumo: |
Esta pesquisa advém do cruzamento entre três temas: o animal, o humano e a poesia. Procura abordá-los a partir do pensamento de Jacques Derrida, recorrendo também às contribuições de Georges Bataille sobre o sagrado e a heterologia, porque são entendidas como herança da desconstrução. A desconstrução derridiana inaugura um pensamento de acolhida do animal, em resposta à tradição da metafísica da presença que negou ao animal a pertinência enquanto tema especulativo. Sobretudo, desconstrução dos pretensos "próprio do homem" - razão, fala, cultura, política, religião, dom etc. -, ou seja, de atributos formulados pela tradição filosófica ocidental que distinguiriam o humano dos viventes não humanos, estes últimos chamados genericamente de "O animal". Ao explorar a questão animal, a desconstrução se propõe a abalar as fronteiras rígidas que separam o vivente humano dos viventes não humanos, a fim de evidenciar que as relações entre as formas do vivo não se sustentam quando postas em termos de mero antagonismo - violência especista. Esta dissertação traz à cena a coletânea de falatórios de Stela do Patrocínio, transpostos para a forma escrita e versificada na obra Reino dos bichos e dos animais (2001), aproximando-os do pensamento animal da desconstrução, especialmente devido à expressão zoopoética dos falatórios. Busca, igualmente, avizinhar a violência especista e antropocêntrica direcionada ao "O animal" àquela violência sofrida por Stela do Patrocínio, cuja vida transcorreu quase integralmente na clausura do hospício, assim como à violência antissemita e colonialista padecida por Jacques Derrida. A intersecção entre biografias de dor tão distintas - o animal, a mulher louca e o judeu - torna-se possível a partir da atuação da violência falogocêntrica do poder soberano que desqualifica e inferioriza formas de vida, seja o do animal, seja o do louco, em nome da superioridade ontológica do Humano. A desconstrução reivindica outra ética capaz de acolher qualquer forma de vida, incluindo tanto o vivente humano quanto o vivente não humano. |