A poesia peculiar das coisas em Barba ensopada de sangue

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Barbosa, Patrícia Bersch
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/9278
Resumo: A presente pesquisa aborda como o autor de Barba Ensopada de Sangue (2012) fornece a poesia peculiar às coisas por meio da descrição tecnicamente perfeita e da representação da paisagem literária. A palavra paisagem surge nas línguas românicas no século XVI entre os pintores para designar a pintura de um território que se alcança com o olhar como configuração de determinada região. A paisagem artística ou literária não é a região e sim a visão ou a figuração a partir da percepção do artista ou escritor, compará-la ao seu referente é menos pertinente que compreender a forma como é expressa. Ao implicar o ponto de vista do sujeito, a paisagem difere-se da extensão geográfica ou geométrica representada. O termo, utilizado primeiramente no campo das artes visuais, encontra significativa expressão na literatura. Na narrativa analisada a técnica descritiva eleva à paisagem o papel de personagem, estremecendo as fronteiras entre prosa e poesia, já que o tema tem ocupado lugar na poética, relegando a um segundo plano a abordagem de sua presença no romance. Portanto, essa interpretação se detém em como a figuração paisagística é revestida de componentes subjetivos como a sensação, a emoção e a imaginação, relacionando-se com outros sentidos, ultrapassando a pura representação do espetáculo. A paisagem literária no romance de Daniel Galera é expressa a partir do sentimento do autor e abarcada pelo olhar do leitor que é convidado a percorrer o espaço representado, avistando a praia, o mar, os seres fictícios e todas as dimensões paisagísticas presentes no discurso poético de Barba Ensopada de Sangue.