Contribuições ao estudo das variações morfossedimentares superficiais e estratigráficas da Praia dos Concheiros, RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Damião, André Luiz Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/9960
Resumo: A Praia dos Concheiros possui características únicas no Rio Grande do Sul. Sua composição sedimentológica e a morfologia resultante são notáveis quando comparada a praias adjacentes. Os depósitos de bioclastos presentes na face praial – que dão nome à praia – são distribuídos de forma descontínua e rítmica, mostrando algum tipo de dinâmica oscilatória, atuando no transporte e na deposição desses sedimentos. Este fato pode estar associado a forçantes com componentes longitudinais, como ondas marginais, ou a mecanismos de auto-organização, nos quais interações não-lineares e processos de feedback entre a hidrodinâmica, morfologia e sedimentologia acarretam a formação desses padrões rítmicos dos depósitos. A amostragem textural de forma automatizada por meio de imageamento digital se mostra um método muito eficaz, por ser rápido e de baixo custo, sem perder acurácia, permitindo assim uma cobertura de maior resolução espaço-temporal sem um grande aumento de esforço. Processos de transporte sedimentar que ocorrem na face praial, tanto na direção transversal quanto na longitudinal, deixam registrado suas assinaturas na estratigrafia. Portanto, para investigar a estrutura interna da praia, foi utilizado um GPR (Ground-Penetrating-Radar), um equipamento geofísico não-invasivo para análise de camadas da sub-superfície. Com base nos dados adquiridos utilizando esses métodos, foi dado um passo em direção a uma melhor compreensão dos fatores – por exemplo, migração da zona de swash e o agente eólico - responsáveis pela formação de estruturas sedimentares encontradas na área de estudo, como as laminações intercaladas de areia fina siliclástica e de cascalho biodetrítico. Os bioclastos depositados na face praial são a parte emersa de uma feição sedimentológica muito maior, que tem variações que ocorrem em várias escalas espaciais e temporais. Então, fica claro que um melhor entendimento dessa praia e do comportamento desses sedimentos biogênicos só tem a agregar conhecimento sobre diversos processos dinâmicos atuantes na zona costeira. Por todas essas características e por ser isolada geograficamente, a Praia dos Concheiros se configura como um laboratório de oceanografia costeira em escala real, onde vários estudos morfodinâmicos e paleoceanográficos podem e devem ser realizados.