Caracterização dos efeitos da genisteína em membranas de asolecitina de soja: correlação com atividades biológicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Azambuja, Carla Roberta Lopes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
DSC
RMN
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/7514
Resumo: Neste estudo, realizou-se a incorporação e caracterização dos efeitos da isoflavona genisteína (Gn) na dinâmica molecular de lipossomos de asolecitina de soja (ASO), por meio de UV-vis, HATR- FTIR, RMN, DSC, potencial zeta e DLS. Os resultados obtidos neste contexto foram correlacionados com dados de atividade da Gn frente à peroxidação in vitro induzida por radical hidroxil e testes de viabilidade celular em linhagens celulares de glioma de rato e adenocarcinoma da mama humano, através do ensaio MTT. A concentração de saturação de Gn incorporada em lipossomos de ASO foi detectada em 484 µM (0,13 mg/mL). Nesta concentração, a Gn inibiu a peroxidação lipídica em 90,90%. Os lipossomos contendo genisteína em uma concentração de 20 µM reduziram a viabilidade celular das linhagens de glioma C6 e carcinoma MCF-7 em 25%. Resultados referentes aos ensaios de caracterização indicaram que a genisteína influenciou a dinâmica de diferentes regiões da membrana composta por ASO. Os resultados HATR - FTIR demonstraram que a isoflavona aumentou em 1,93 cm-1 a freqüência da banda referente ao estiramento assimétrico do grupo fosfato (ѵas PO2 - ), presente na região polar lipídica, reduzindo o seu grau de hidratação. A Gn também reduziu a largura das bandas de ѵas PO2 - em 2,74 cm-1 . Os resultados de 31P RMN demonstraram que a Gn aumentou a anisotropia de deslocamento químico do grupo fosfato, indicando, junto aos dados obtidos por FTIR, um ordenamento desta região do lipídio. Estudos de RMN indicaram que a genisteína reduziu o valor do tempo de relaxação longitudinal (T1) de 1H da colina lipídica em 0,11 s, demonstrando que a isoflavona aumentou a mobilidade deste grupo polar. Os estudos de cargas na membrana indicaram que a Gn tornou os valores de potencial zeta dos lipossomos, 15 mais positivos, sugerindo que a isoflavona orienta o grupo colina para um plano superior ao plano do grupo fosfato. Na região de interface da membrana, a Gn reduziu a largura de banda de FTIR referente ao estiramento axial do grupo carbonila (ѵ C=O) em 2,9 cm-1 , ordenando esta região. A Gn reduziu o valor de freqüência da banda referente ao estiramento simétrico dos grupos metilenicos presentes na região acil do lipídio (ѵs CH2) em 1,33 cm-1 . Isto indicou um ordenamento da região hidrofóbica da membrana provocado pela isoflavona. Nesta região, foi observado um aumento em 0,46 s no valor de T1 do lipídio após incorporação de Gn. Os resultados de DSC demonstraram um aumento no valor de variação de entalpia (∆H) das cadeias acil de ASO em 0,09 J/g, induzido por Gn. Tais dados de RMN e DSC indicaram um efeito de ordenamento na região hidrofóbica do lipídio. Estes dados foram confirmados por medidas de turbidez, as quais demonstraram que a isoflavona aumentou o valor de densidade ótica do lipídio em 34,6%. Os resultados obtidos neste trabalho contribuirão com dados e informações referentes à interação de Gn e lipossomos de ASO, importantes para a compreensão de seu mecanismo de ação, bem como para o desenvolvimento de sistemas farmacológicos antioxidantes e antitumorais eficientes e menos tóxicos.