Toxicidade do biocida clorotalonil para o peixe estuarino Poecilia vivipara

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Lopes, Fernanda Chaves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/8748
Resumo: O clorotalonil é um fungicida presente em tintas anti-incrustantes e em outras formulações usadas na agricultura. É considerado tóxico para organismos não-alvo, mas apesar disso, apenas poucos países o regulamentam em seus critérios de qualidade de água (WQC). Para evidenciar os perigos da contaminação ambiental com clorotalonil e subsidiar critérios para regulamentação do composto, o presente trabalho avaliou efeitos tóxicos do biocida para a espécie de peixe estuarino Poecilia vivipara, através de teste de letalidade aguda (96 h) e por meio de biomarcadores bioquímicos, de qualidade espermática e hematológicos. A CL50 calculada para P. vivipara foi de 40,8 µg/L de clorotalonil, indicando-a como uma espécie de peixe moderadamente sensível. Para análise dos biomarcadores, os peixes foram expostos (96 h) à 1 e 10 µg/L de clorotalonil. Observamos que o clorotalonil altera os níveis de pró e antioxidantes em direção ao estresse oxidativo. Nas brânquias detectamos efeito negativo sobre capacidade antioxidante total (ACAP), enquanto no fígado houve uma redução na atividade da Glutationa S-transferase (GST). Mas em ambos os tecidos, nos níveis de Glutationa (GSH) e da atividade da sua percursora Glutationa-cisteína-ligase (GCL) aumentaram. No entanto, o dano oxidativo, representado pela lipoperoxidação (LPO), ocorreu significativamente apenas em nível celular, em eritrócitos e células espermáticas. As hemácias também apresentaram aumento na fluidez de suas membranas, dos níveis de espécies reativas de oxigênio e dano de DNA, sendo estes mais elevados nos peixes expostos à 10 µg/L de clorotalonil. Nas células espermáticas, a LPO foi acompanhada por queda na funcionalidade de membrana e funcionalidade mitocondrial, além da redução na motilidade. Com base nestes resultados, podemos confirmar que o clorotalonil é um composto tóxico e que sua ação pode promover efeitos sistêmicos e afetar processos como a respiração, metabolização de xenobióticos, além da fertilidade de P. vivipara, recomendada aqui como um bom biomonitor.