Efeitos da exposição ao pesticida carbofurano em duas espécies de microalgas (Desmodesmus communis e Pediastrum boryanum) e seu potencial de biorremediação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Luz, Daniéli Saul da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/6043
Resumo: As microalgas são organismos de extrema importância responsáveis pela produção de matéria orgânica e oxigênio nos ambientes aquáticos, portanto, qualquer alteração causada por agrotóxicos na estrutura e/ou função desses organismos podem acarretar graves consequências para a biota. Nesta linha,, os efeitos tóxicos do pesticida carbofurano foram avaliados sobre duas espécies de microalgas da Classe Chlorophyceae, Pediastrum boryanum e Desmodesmus communis, a partir da mensuração de: viabilidade celular, biomassa, teor de clorofila e quantificação de espécies reativas de oxigênio (ERO). Ainda, foi avaliada a capacidade de estas algas retirarem o carbofurano presente no meio extracelular. Para tanto, ambas as espécies foram expostas agudamente ao carbofurano (100, 1.000 e 10.000 µg L-1 ) na sua formulação comercial Furadan 350 SC® por 7 dias. Com o objetivo de escolher o melhor método para analisar a viabilidade das microalgas, foram testadas três metodologias usadas rotineiramente para medir a viabilidade de células animais – MTT, Azul de Evans e Vermelho Neutro (VN) – em P. boryanum e D. communis expostas ao herbicida glifosato (Roudup Transorb®), usado neste caso como tóxico de referência. Os resultados mostraram que as técnicas de MTT e VN são ferramentas aptas a serem utilizadas em análises de toxicidade de microalgas-alvo do estudo, sendo que o VN apresentou maior sensibilidade e o MTT maior facilidade de execução. Dessa forma, foi utilizado o MTT para medir a viabilidade das algas expostas ao carbofurano e não foi observada redução na viabilidade das células. Ainda, registramos que ambas as espécies cresceram quando em contato com o agroquímico, embora D. communis tenha apresentado crescimento menor que o controle, indicando um efeito negativo do pesticida sobre a espécie. Assim como a viabilidade celular, a concentração de clorofila não foi afetada pela presença do carbofurano. Em contrapartida, pudemos observar um aumento significativo na produção de ERO em D. communis e P. boryanum na maior concentração de exposição, sendo este aumento observado já aos quatro dias de exposição para a primeira alga e apenas ao sétimo dia para a segunda. Quanto à concentração de carbofurano no meio de cultivo, houve um rápido decréscimo do pesticida quando na presença das algas, indicando que elas foram capazes de remover o químico do meio em, no máximo, 5 dias de exposição. Em resumo, nossos resultados demonstram que existem diferenças de sensibilidade entre as duas algas, sendo a D. communis mais sensível. Além disso, a aplicação do carbofurano pode exercer efeitos negativos sobre as espécies de microalgas testadas, sendo estes expressos na forma de inibição do crescimento e geração de ERO; no entanto, tais efeitos ocorrem, principalmente, em concentração muito elevada do pesticida. Pela resistência e capacidade das microalgas em concentrar o carbofurano, sugere-se a possibilidade de utilização destas cepas como ferramentas para descontaminação de ambientes impactados por esta classe de contaminantes.