O dispositivo da velhice na mídia impressa: verdades sobre saúde na contemporaneidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Giusti, Patricia Haertel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/9581
Resumo: A presente Tese foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde, na linha de pesquisa "Educação científica: implicações das práticas científicas na constituição dos sujeitos", e teve como objetivo central analisar o dispositivo da velhice no cenário contemporâneo, a partir de sua constituição na mídia impressa. A pesquisa teve como referência teórica, especialmente, os estudos de Michel Foucault e de alguns autores que debatem as questões relacionadas ao envelhecimento na atualidade. O corpus de análise foi composto de enunciações sobre a velhice presentes nos cadernos de saúde Vida e Viva Bem do Jornal Zero Hora e Diário Popular respectivamente, publicadas no período de 2004 a 2010. As análises propostas neste estudo foram feitas a partir do diálogo com algumas ferramentas foucaultianas presentes ao longo da obra do autor. Ao avaliar as enunciações dispostas nas reportagens dos suplementos, verifica-se a proliferação de alguns discursos das ciências da saúde sobre o processo de envelhecimento que, atrelados às legislações específicas, às disposições arquitetônicas e a outros arsenais disponíveis para as pessoas com mais de sessenta anos, constituíram o que chamamos nesta Tese de dispositivo da velhice. Apresenta-se o enunciado do velho-saudável a partir das discussões sobre as condições de possibilidade para a emergência da velhice. A geriatria e a gerontologia, o Estatuto do Idoso e as diversas políticas destinadas para os velhos contribuíram para mostrar como se constituiu a população de pessoas com mais idade no Brasil. Com o aumento da expectativa de vida, a velhice se tornou uma questão de ordem política, econômica, social e cultural e foram produzidos mecanismos disciplinares e biopolíticos que garantem o prolongamento da vida com qualidade e bem estar. Apresenta-se, também, as reflexões sobre o sujeito-velho como homo oeconomicus, ou seja, o velho empresário de si mesmo, que ora está como consumidor e ora como objeto de consumo. Problematiza-se, ainda, o discurso da longevidade potencializado no corpo das mulheres com mais idade. A mídia impressa explicitou exemplos de pessoas com mais idade que modificaram seu comportamento em prol de garantir a saúde quando chegassem à terceira idade, além de inúmeros discursos verdadeiros trazidos pela fala de especialistas sobre essa fase da vida. Uma série de elementos heterogêneos foi dando conta de mostrar como estamos nos constituindo como sujeitos velhos e o quanto estamos imersos em tramas de poder e saber que direcionam nossa forma de agir e de ser na atualidade.