Análise da expressão gênica e transcriptômica em Hyphessobrycon luetkenii na área de influência das Minas do Camaquã (Caçapava do Sul, RS) como indicador adaptativo frente à contaminação por metais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Abril, Sandra Isabel Moreno
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/8168
Resumo: Grande abundância de contaminantes são liberados nos corpos de água com potencial efeito sobre os animais que habitam este ecossistema. Desreguladores endócrinos são substâncias que podem interferir no sistema endócrino de diferentes maneiras, apresentando em alguns casos atividade estrogênica, e/ou afetando diretamente a via de produção ou degradação do estrogênio o qual pode prejudicar o sucesso reprodutivo das espécies afetadas. O colesterol é precursor na síntese dos esteróides gonadais: progestágenos, andrógenos e estrógenos. A proteína reguladora da esteroidogênese aguda (StAR) disponibiliza o colesterol na membrana mitocondrial interna para a atuação da primeira enzima da esteroidogênese (P450scc) sendo este transporte um ponto limitante de regulação da esteroidogênese. Aromatase é a enzima responsável pela transformação final dos andrógenos aromatizáveis em estrógenos. Em peixes são conhecidas duas isoformas da Aromatase, uma que é codificada preferencialmente nas gônadas pelo gene CYP19A1 e outra preferencialmente no cérebro pelo gene CYP19A2. Pela sua relevância nestes dois pontos da esteroidogênese, foi avaliada a expressão dos genes que codificam para a proteína StAR e a enzima Aromatase em machos e fêmeas do peixe (Poecilia vivipara) colonizador do ambiente estuarino. Nossos resultados mostraram em fêmeas de P. vivipara atividade esteroidogênica no intestino e fígado, fato que merece estudos adicionais. Os resultados apresentados mostraram em machos de P. vivipara a existência de esteroidogênese completa no sistema nervoso. Para analisar o efeito sub-crônico (96h) da exposição na água a dois poluentes com atividade estrogênica, Atrazina (ATR) e Bisfenol A (BPA) em concentrações ecologicamente relevantes (2, 10 e 100 µg/L) foi avaliada (em machos) a expressão dos genes StAR e CYP19A2 de Poecilia vivipara. Nenhuma das concentrações de ATR alterou a expressão de StAR nem de CYP19A2 quando analisadas no cérebro. A exposição a 10 µg/L de BPA tanto na gônada como no cérebro gerou aumento da expressão de CYP19A2 (duas vezes na gônada) e na concentração 100 µg/L aumentou a expressão de StAR nas gônadas (seis vezes). Em nível comportamental foram caracterizados dois movimentos clássicos do cortejo nos poecilídeos o "gonopodial thrusting" e o "sigmoid display", e foi medida sua frequência nos animais expostos a diferentes concentrações de BPA. A frequência do "gonopodial thrust" foi diminuída significativamente (p<0.05) pelas exposições a BPA 2 µg/L e 100 µg/L. O "sigmoid display" não foi afetado significativamente por nenhuma das concentrações, embora a resposta apresentou semelhança com os registros do "gonopodial thrust". "Simgoid display" e "gonopodial thrust" apresentaram correlação (87%) significativa (p<0.05), "Sigmoid display" e "gonopodial thrust" mostraram uma correlação de 98 e 91% (p<0.05) com CYP19A2, respectivamente. Finalmente a exposição ao BPA mostrou uma resposta não monotônica para StAR, CYP19A2, "gonopodial thrust" e "sigmoid display". Estes achados indicam que em machos de P. vivipara tanto a expressão de CYP19A2 e o comportamento reprodutivo sofrem alterações quando expostos a BPA.