Toxicidade e efeitos dos contaminantes emergentes diclofenaco e metilparabeno para o zebrafish Danio rerio: estudos em larvas e adultos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Penha, Larissa Cristine de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/9252
Resumo: Produtos farmacêuticos e de cuidado pessoal (PPCPs) como o Metilparabeno (MeP) e o Diclofenaco (DCF) vêm alcançando os corpos dágua naturais de forma crescente nas últimas décadas. O uso contínuo destes compostos adicionados à falta de saneamento e à ineficiência das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) em remover os mesmos são as principais causas da sua presença nos ambientes aquáticos. No entanto, seus efeitos sobre a biota ainda são pouco conhecidos e eles não são regulamentados em nível mundial. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos tóxicos do MeP e DCF em adultos e larvas do zebrafish Danio rerio, um modelo biológico consagrado na área de ecotoxicologia. Os valores de CL50 de MeP foram estimados em 105,09 mg/L para adultos e 211,12 mg/L para larvas, indicando uma sensibilidade maior dos adultos. Essa diferença na sensibilidade foi corroborada pelos resultados dos ensaios com concentrações subletais do composto (30 µg/L de MeP como ambientalmente relevante e a concentração de efeito não observado - CENO, que foi 60 mg/L para larva e 50 mg/L para adultos). De maneira geral as brânquias de adultos responderam mais que o fígado à presença de MeP. Na concentração de 50 mg/L de MeP houve uma redução na atividade da EROD e aumento da lipoperoxidação (LPO) nas brânquias, ainda, foi detectado um aumento na incidência de micronúcleos (MNs) e de outras anormalidades nucleares nos eritrócitos dos peixes. Já para larvas, o MeP não induziu LPO na concentração de CENO. A concentração ambientalmente relevante de MeP não provocou efeitos nos biomarcadores, exceto na microbiota intestinal de adultos que aumentou o número de fontes de carbono utilizadas, o que sugerimos ser uma adaptação ao estresse ambiental e possível escassez de fontes de carbono, mas isso em si não deve ser considerado como um efeito negativo. A microbiota intestinal foi analisada, pois hipotetizou-se que a diferença na sensibilidade entre larvas e adultos poderia ser decorrente da ação antimicrobiana do MeP que estaria afetando a microbiota intestinal da qual os adultos são muito mais dependentes que as larvas. Com relação ao DCF os valores de CL50 para adultos e larvas foram semelhantes, sendo de 5,49 mg/L e 5,22 mg/L, respectivamente. Este composto provocou um aumento nas atividades da GST e dos transportadores ABC, além de LPO nas brânquias dos adultos e aumento de LPO em larvas. Isto ocorreu na concentração de 3 mg/L que corresponde ao CENO do DCF para ambos os estágios de vida. Novamente, as brânquias se apresentaram mais responsivas que o fígado o que possivelmente ocorre em função do seu contato primeiro e direto com o meio e os contaminantes dissolvidos nele. Os resultados desta dissertação fornecem subsídios para entendermos os alvos da toxicidade do MeP e DCF, bem como, para a regulamentação destes compostos.