Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Jardim, Kerly Araújo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
FURG
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.furg.br/handle/1/8659
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Resumo: |
A região amazônica passou por um período de instabilidades tectônicas que promoveram uma história complexa de migração e abandono de rios na Amazônia durante o Quaternário. As mudanças em larga escala de sistemas fluviais podem estar relacionadas a processos ambientais mais amplos como as variações do nível de base, processos morfossedimentares, mudanças climáticas e tectônicas. Ao norte da foz do rio Amazonas, na região do Cabo Norte, estudos iniciais têm identificado grandes sistemas de paleodrenagens. Essas feições são indícios de significativas mudanças no sistema de drenagem regional, indicando intensos processos de colmatação, movimentos tectônicos e neotectônicos locais e variações relativas do nível do mar durante o Quaternário. Estas paleodrenagens estão associadas a três sistemas de lagos: Sistema Lacustre Meridional, Sistema Lacustre Oriental e Sistema Lacustre Ocidental cuja origem está relacionada a evolução morfológica da área. Em sua grande maioria, estes lagos possuem formato em ox bow e poderiam ser meandros abandonados do rio Araguari e de outros sistemas fluviais antigos. No entanto, as relações de morfogênese dessas paleodrenagens com os sistemas de lagos e as drenagens atuais ainda não foram devidamente esclarecidas. O objetivo geral deste trabalho consistiu em compreender a evolução holocênica do Cinturão Lacustre Meridional como subsídio a reconstituição paleogeográfica da área. A metodologia envolveu o mapeamento superficial da rede de paleodrenagens a partir de imagens de sensores remotos orbitais e suborbitais. Aliado ao mapeamento foram analisados dados de sísmica rasa, testemunhos sedimentares de subsuperfície e datação por rádio carbono. Esses dados foram integrados para o entendimento da evolução dos lagos meridionais. Foram identificados dois sistemas de paleodrenagens de direção N-S e SW-NE associadas aos lagos dos Botos, Comprido de Cima, Lodão e Mutuco. As estruturas de subsuperfície dos lagos foram definidas a partir da perfilagem de quatroseções sísmicas e três testemunhos sedimentares. A partir da integração dos dados foi possível encontrar evidências sobre a evolução desses lagos a partir da arquitetura dos pacotes sedimentares de subfundo. Isto leva a afirmar que os mesmos são resquícios de antigas drenagens fluviais que desaguavam na costa do Amapá e tiveram suas desembocaduras obstruídas, causando assim o afogamento dessas drenagens e formando os lagos no interior da planície. A identificação desses registros mostram evidências da evolução recente de parte da planície costeira amazônica, onde foi possível caracterizar apenas as sucessões estratigráficas superficiais. No entanto, esses registros precisam ser investigados melhor a partir de um número maior de dados de subsuperfície e de maior profundidade para o estudo mais completo do pacote sedimentar depositado durante o Holoceno e consequentemente um melhor entendimento da evolução costeira. Novas investigações geológicas e geofísicas estão sendo realizadas para compreender melhor a evolução dessa costa e traçar a paleogeografia da área. |