Decomposição da variância da produtividade: explorando os determinantes do desempenho das firmas brasileiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Couto, Marcio Lago
Orientador(a): Brito, Luiz Artur Ledur
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/36566
Resumo: Desde o início das pesquisas em Estratégia, a análise sobre as causas do desempenho das firmas dominou as publicações dos top journals em estratégia. As duas principais linhas de pesquisa em estratégia basearam suas teorias em análises do mercado e dos recursos e capacidades das firmas individuais (Barney; Mackey; Mackey, 2023; Furrer; Thomas; Goussevskaia, 2008; Lieberman, 2021). Com o acesso aos microdados das firmas individuais, a partir da década de 90, os pesquisadores do tema buscaram evidências quantitativas sobre a influência dessas duas linhas teóricas, aplicando métodos de decomposição da variância dos indicadores financeiros para estimar a contribuição da firma e do setor para o desempenho empresarial, com os resultados mostrando que os fatores ligados à firma foram decisivos para explicar a variância do retorno das firmas individuais (Boyd; Gove; Hitt, 2005; McGahan; Porter, 2004; Rumelt, 1991; Schmaleense, 1985). Nesse mesmo período, economistas “empíricos” passaram a investigar a produtividade ao nível da firma, coletando evidências sobre a importância dos fatores associados a firma e ao setor para analisar a produtividade, aproximando essas duas linhas de pesquisa, sem, no entanto, usar a produtividade com indicador de desempenho para explicar o sucesso da estratégia empresarial (Bartelsman; Dom, 2001; Bloom; Van Rehner, 2007; Syverson, 2004). Essa tese pretende contribuir para preencher essa lacuna, ao propor o uso a produtividade total dos fatores – PTF, como indicador de desempenho das firmas brasileiras, e analisar a contribuição da variância da firma e do setor para os resultados, contribuindo, de modo secundário, com o mapeamento da produtividade das firmas brasileiras, entre 2002 e 2019, sobre uma amostra de mais de 2,4 milhões de observações de 437,4 mil firmas (IBGE, 2016; 2017a; 2017b). Os resultados mostraram um efeito setor superior no agregado, mas muito próximo do efeito firma, o que indica que ao “controlar” os fatores de produção, capital e trabalho, a variância da firma e do setor são igualmente relevantes para o desempenho. Dessa forma, os resultados pretendem contribuir para a pesquisa em estratégia ao investigar, por meio da produtividade, o desempenho das firmas brasileiras, endereçando as críticas de diversos autores sobre as limitações do uso quase exclusivo de indicadores financeiros e, para a pesquisa em economia, ao mostrar a necessidade de aprofundar o entendimento sobre os fatores interno à firma para analisar as questões da produtividade da economia. Por fim, se espera que esse trabalho estimule novas pesquisas, que superem as limitações atuais, avançando em direção a outras metodologias e amostras.